Após cinco trimestres de prejuízo Embraer lucra R$ 26,1 milhões

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A Embraer apurou o primeiro lucro líquido trimestral desde o 4° trimestre de 2017. A receita líquida da companhia teve crescimento de 19% na comparação anual e alcançou R$ 5,4 bilhões. O lucro líquido atribuído aos acionistas é de R$ 26,1 milhões no 2º trimestre, ante um prejuízo de R$ 485 milhões registrado no mesmo período de 2018. “Os segmentos executivo e defesa estão mais fortes do que nunca e vão trazer valor a nossos acionistas”, afirmou o presidente da empresa, Francisco Gomes Neto, durante teleconferência com analistas nesta quarta-feira.

É o primeiro lucro trimestral após 5 prejuízos seguidos. O último resultado no azul tinha sido registrado no 4° trimestre de 2017, quando a companhia teve lucro de R$ 147,1 milhões, segundo dados da Economática. No 1º semestre, entretanto, a Embraer ainda ficou no vermelho, com um prejuízo de R$ 134,7 milhões.

No 2T19, a Embraer entregou 26 aeronaves comerciais e 25 executivas (19 jatos leves e seis grandes) comparado aos 28 jatos comerciais e 20 executivos (15 leves e cinco grandes) entregues no 2T18. A carteira de pedidos firmes da companhia atingiu US$ 16,9 bilhões no final do 2T19, acima dos US$ 16,0 bilhões reportados no 1T19.

No trimestre, a Embraer atingiu book-to-bill acima de 1X em todas as suas unidades de negócio, liderado pelas vendas no segmento de aviação executiva. A companhia reafirmou todas as suas estimativas financeiras e de entregas para 2019.

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Boeing

 

Sobre o negócio com a Boeing, Gomes Neto disse que a previsão é de que seja concluído até o fim do ano. Ele contou que há duas frentes de trabalho neste momento. “Estamos submetendo a transação às autoridades regulatórias de diversos países. E a outra frente prevê a separação dos ativos da aviação comercial”, destacou.

A montagem dos jatos executivos Praetor, que ainda acontece em São José dos Campos, será transferida para a unidade de Gavião Peixoto.  A produção dos jatos comerciais continuará sendo feita na fábrica de São José sob a coordenação da Boeing Brasil-Commercial. A fabricante brasileira ficará com a unidade de Gavião Peixoto, onde será feita a montagem final do cargueiro militar KC-390, além dos jatos Praetor.

Na teleconferência, o vice-presidente financeiro e de  relações com investidores da Embraer, Nelson Salgado, confirmou que disse que a criação da Boeing Brasil-Commercial, está caminhando “conforme o esperado”, mas não informou quais órgãos reguladores já aprovaram a transação. Boeing e Embraer serão sócias numa nova empresa de aviação comercial que vai se chamar Boeing Brasil – Commercial.

A nova empresa está avaliada em US$ 5,26 bilhões e a Boeing será dona de 80% enquanto a Embraer terá 20%, parcela que poderá ser vendida à americana no futuro. O acordo foi firmado em dezembro de 2018.A parceria com a Boeing na área de defesa, em que a Embraer ficará 51% para vendas do KC-390, também deve estar concretizada no final do ano, afirmou o vice-presidente.

 

Resultados

 

No 2T19, o Ebit e Ebitda foram de R$ 101,1 milhões e R$ 259,6 milhões, respectivamente, levando a uma margem de 1,9% e 4,8%. No primeiro semestre de 2019 (1S19), o Ebit e o Ebitda foram de R$ 47,4 milhões e R$ 379,9 milhões, com margens de 0,6% e 4,5%, respectivamente;

No período, a Embraer apresentou lucro líquido de R$ 26,1 milhões e lucro por ação de R$ 0,04. O prejuízo líquido ajustado (excluindo-se impostos diferidos e itens especiais) foi de R$ 57,6 milhões e o Prejuízo por ação ajustado ficou em R$ 0,31. No 2T18, a Embraer reportou um prejuízo líquido ajustado de R$ 21,4 milhões e um prejuízo por ação ajustado de R$ 0,12;

A Embraer reportou uma geração livre de caixa de R$ 2,8 milhões, comparado a uma Geração livre de caixa de R$ 159,7 milhões no 2T18. A companhia espera que no 2S19, a Geração livre de caixa melhore dada a expectativa de aumento nas entregas de aeronaves e nas entradas de caixa relacionadas a contratos de Defesa & Segurança;  A companhia encerrou o 2T19 com uma posição de Caixa total de R$ 9.499,1 milhões e um total de financiamentos de R$ 13.677,7 milhões, resultando em uma dívida líquida de R$ 4.178,6 milhões.

Somente há três meses no cargo, Gomes contou que foi conhecer todas as unidades da companhia no mundo e que ficou impressionado. “Não tenho dúvidas de que estamos trabalhando forte para construir um futuro sólido para a Embraer”, declarou.
 

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