Após dois meses sendo preterido pelo euro como a moeda mais operada no Brasil, o dólar norte-americano retomou o protagonismo e fechou julho como a unidade monetária que mais foi transacionada no período. De acordo com o levantamento mensal realizado pela Travelex Confidence, o dólar teve um aumento de 33% nas transações realizadas por pessoas físicas no Brasil no comparativo com junho – no mesmo recorte, o euro teve apenas 3% a mais de operações realizadas.
A retomada do dólar como a moeda mais transacionada em julho reflete o fim de um período de alta demanda pelo euro, impulsionado pelo principal evento esportivo do mundo, realizado na França, e pelas férias escolares. Nos meses anteriores, o euro liderou as transações devido à compra antecipada por aqueles que planejavam viajar para a Europa em julho. Com o fim desse período, o dólar voltou ao topo, retomando seu posto como a moeda mais negociada pela Travelex Confidence.
“Isso demonstra como os movimentos sazonais e eventos globais podem impactar de forma significativa as preferências dos brasileiros no mercado de câmbio”, explica Jorge Arbex, diretor do Grupo Travelex Confidence.
Outro fator que auxiliou o dólar a reassumir o status de moeda mais negociada no País foi a oscilação da moeda no mês, atingindo valores mais baixos na primeira quinzena do mês – e depois voltando a subir consideravelmente. “Em um cenário de imprevisibilidade do comportamento do dólar, as pessoas tendem a adquirir mais a moeda quando ela apresenta uma queda significativa no comparativo a curto prazo”, comenta Jorge.
O euro caiu para a segunda colocação do ranking, com queda no comparativo com julho de 2023 (-16%), com a média de 2023 (-5%) e de 2022 (-28%). Na sequência, figuram a libra esterlina, que teve 7% a mais de operações em relação a junho, e o dólar canadense, na quarta colocação, com -15% no volume transacionado no mesmo recorte.
Figura pouco comum no Top 5 das moedas mais transacionadas por pessoas físicas, o peso chileno, que não aparecia entre os destaques desde julho de 2019, desbancou o iene e assumiu a quinta colocação no mês de julho. A unidade monetária oficial do Chile apresentou números expressivos no período: aumento de 54% no comparativo com junho; 63% a mais de operações em relação a julho de 2023 e crescimento de 148% quando contraposto à média de 2023.
Para Jorge Arbex, esse resultado da moeda do Chile é reflexo direto do comportamento dos brasileiros que procuram alternativas para viajar para o exterior. “O crescimento no volume de transações envolvendo o peso chileno evidencia a busca por opções turísticas internacionais mais acessíveis e menos relacionadas ao dólar norte-americano”, explica.
A proximidade geográfica e a possibilidade de desfrutar de experiências que não estão disponíveis no Brasil, como estações de esquis, são fatores que podem cativar o turista brasileiro. “Quando a moeda dos EUA está em alta, países da América do Sul acabam se tornando mais atrativos. Além disso, uma viagem para os principais destinos turísticos sul-americanos costuma ter um planejamento menos burocrático, pois o acordo do Mercosul desobriga a necessidade do passaporte para entrar em países como Chile e Argentina, por exemplo”, finaliza Jorge.
O iene, que vinha figurando entre as principais moedas transacionadas no Brasil desde janeiro de 2024, deixou o Top 5 em julho. A divisa japonesa apresentou uma queda de 7% no comparativo com o volume de junho.
O menor volume de transações pode estar atrelado ao valor da moeda, que em julho atingiu o maior patamar desde março de 2023, sendo essa alta decorrente das recentes intervenções do banco central japonês na política de juros do país.
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