Após queda de terça, principais índices europeus fecharam em alta

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Bolsa de Paris
Bolsa de Paris (foto de Claudia Meyer/Sxc.Hu)

Os principais índices europeus fecharam em alta, recuperando as fortes quedas de terça-feira. Os anúncios por parte das autoridades do Banco Central Europeu (BCE) não geraram perspectivas de aperto da política monetária, aliviando a pressão em relação a uma atuação mais restritiva. Os indicadores internos também contribuíram para a melhora do humor dos agentes, com o índice de sentimento econômico chegando a 117,8 pontos – contra a previsão de queda em relação ao mês de agosto.

Em Nova Iorque, os principais índices também se recuperaram. A queda nos rendimentos das treasuries contribuíram para a recuperação dos ativos americanos. A trégua nas perspectivas de tampering, isto é, de redução na compra dos ativos, se dá em um momento em que os agentes aguardam sinais mais claros por parte da autoridade monetária do país.

No Brasil, os ativos acompanharam o movimento externo e a recuperação do minério de ferro. Todavia, as repercussões políticas oriundas das discussões em torno da política dos preços dos combustíveis e do gás de cozinha diminuíram o impulso do Ibovespa.

Dentro da agenda econômica, os dados vieram positivos. O IGP-M teve queda de 0,64%, impactado pela queda nos preços do minério de ferro, o que ajudou a derrubar o IPA. O Caged evidenciou criação de 372 mil empregos em agosto, ante 316 mil em julho, enquanto o setor público teve superávit primário de R$ 16,8 bilhões em agosto, apoiado pela entrada de R$ 15 bilhões nos cofres cariocas, após a venda da Cedae.

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Hoje, as Bolsas asiáticas fecharam mistas na sessão desta madrugada (30). Os investidores estavam se preparando para o feriado na China, amanhã (dia 1º) e para os dados das prévias do PMI do país, em especial o da indústria, que teve queda – saindo de 50,1 para 49,6 pontos. Pelo lado positivo, houve o acompanhamento da recuperação no Ocidente.

O minério de ferro continuou a se recuperar, subindo 0,13% em Singapura, cotado a US$ 115,80.

Os mercados europeus começaram próximos da estabilidade, mas já operam majoritariamente em queda, realizando os ganhos de ontem (29), enquanto os investidores aguardam os dados de inflação na Alemanha, após a alta considerável da inflação italiana. No Reino Unido, o PIB do segundo trimestre teve revisão de 4,8% para 5,5%, contribuindo para o desempenho da Bolsa londrina.

Nos EUA, os futuros também seguem se recuperando. A câmara dos deputados aprovou ontem, por 219 votos favoráveis e 212 contrários, a legislação que suspende o teto da dívida e as expectativas por um possível acordo quanto à questão. Dentro da agenda econômica, se destacam os dados do PIB, os discursos dos membros do Fomc e os pedidos iniciais por seguro-desemprego.

No Brasil, acreditamos que o ambiente externo pode contribuir para a continuação da recuperação do Ibovespa, além dos movimentos de recuperação das commodities, em especial do minério de ferro.

O mercado também ficará atento aos sinais dados pelo BC com o Relatório Trimestral de Inflação e os comentários de seu diretor de Política Econômica, Fabio Kanczuk, às 11h.

O Tesouro ofertará LTNs para os vencimentos 2022, 2023, 2025; NTN-Fs para 2027 e 2031; e LFT para 2023 e 2027. Já o BC oferta 15.000 contratos de swap a partir das 11h30.

Os investidores também ficarão atentos ao marco legal das ferrovias, que será votado na próxima terça-feira, e com as discussões em torno dos combustíveis.

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Matheus Jaconeli

Economista da Nova Futura Investimentos

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