Após três quedas, confiança de serviços subiu 4,1 pontos em abril

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Salão de cabeleireiro (Foto: Fernando Frazão/ABr)
Salão de cabeleireiro (Foto: Fernando Frazão/ABr)

O Índice de Confiança de Serviços (ICS), do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas, subiu 4,1 pontos em abril, para 81,7 pontos, após três quedas consecutivas. Em médias móveis trimestrais, o índice se manteve em tendência decrescente pelo quinto mês consecutivo ao cair 1,3 ponto.

“O resultado positivo da confiança de serviços precisa ser enxergado com cautela por dois motivos: primeiro porque compensa 73% das perdas do mês de março, mas também porque foi influenciada, quase totalmente, pelo retorno das expectativas ao nível ligeiramente superior ao de fevereiro. Nesse sentido, a acomodação dos indicadores que representam a situação atual os mantém em patamar muito baixo confirmando as dificuldades enfrentadas pelas empresas do setor nos últimos meses. A continuidade da recuperação nos próximos meses depende de sinalizações mais positivas em relação a pandemia e ampliação do programa de vacinação”, avaliou Rodolpho Tobler, economista do Ibre, da FGV.

A alta do ICS, neste mês, foi disseminada em 12 dos 13 segmentos pesquisados. O Índice de Situação Atual (ISA-S) variou 0,4 ponto acomodando em 74,8 pontos, após sequência de três quedas seguidas. O Índice de Expectativas (IE-S) subiu 7,4 pontos, para 88,7 pontos, revertendo parcialmente a perda acumulada nos três primeiros meses deste ano (-10,7 pontos).

A acomodação do Índice de Situação Atual (ISA-S) em abril manteve o sinal negativo do índice em médias móveis trimestrais. Depois de apresentar melhora no segundo semestre de 2020, a recuperação do ISA-S perdeu força. No mesmo período, o Indicador de Desconforto (composto pela média das parcelas padronizadas demanda insuficiente, taxa de juros, problemas financeiros, pandemia, fatores políticos e econômicos como limitações a melhoria dos negócios) obteve trajetória semelhante. O indicador voltou a subir, principalmente por reclamações sobre a redução da demanda e da piora da pandemia.

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Segundo Felipe Sichel, estrategista-chefe do Banco Digital Modalmais, “o índice ISM de serviços apresentou leitura abaixo do esperado pelo mercado, registrando 62,7 no mês de abril (expectativa: 64,1). O número também ficou abaixo da leitura anterior (63,7). Apesar da queda, esta é a segunda leitura mais forte da série desde 1997.”

Felipe diz que “por dentro do índice nota-se processo semelhante ao do ISM industrial de segunda feira, com retração em alguns itens chave como business activity e new orders. Por outro lado, a parte de preços avançou novamente e registrando a maior leitura desde 2008. Em termos de mercado de trabalho, nota-se avanço do indicador employment, que permanece acima de 50 pelo quarto mês consecutivo. Os comentários dos setores mostram otimismo na medida em que as restrições à interação social são removidas. Nota-se também alguma preocupação com excesso de demanda e capacidade de empregar e treinar pessoas na retomada. Ainda assim, as preocupações em relação a problemas pelo lado da oferta são, notadamente, menores do que no ISM Industrial.”

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