Aposentadoria individual gera renda baixa

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A privatização da aposentadoria no Chile – modelo para o ministro da Economia brasileiro, Paulo Guedes – não evitou o aumento das despesas do governo para garantir um benefício mínimo, já que o dinheiro acumulado pelos aposentados não é suficiente para garantir uma renda decente.
A OCDE prevê que em regimes de capitalização individual (em que cada trabalhador deve acumular uma poupança para se aposentar) seria necessária uma taxa de contribuição de 13% a 18% do salário durante um período de 40 anos. Mesmo assim, o aposentado ficaria com cerca de 50% da sua renda média enquanto trabalhava. O valor pode chegar a 75% e até 90% da renda média se as aplicações tiverem rendimentos excelentes.
Em cinco países da América Latina analisados por Constatin Jancsó, economista do Depec/Bradesco, apenas no Chile a aposentadoria é baseada totalmente em acúmulo de poupança em conta individual. México, Colômbia, Peru e Uruguai adotam um sistema misto de capitalização e repartição (em que o valor recolhido de trabalhadores ativos paga as pensões de quem já se aposentou).
O estudo mostra que, da mesma forma que países com regimes de repartição enfrentam desafios para reduzir o desequilíbrio dos sistemas de previdência, os países com regimes de capitalização individual precisam aumentar o acúmulo de poupança. O presidente do Chile, Sebastian Piñera, propôs o aumento da contribuição de 11% para 14%. No Peru também discute a possibilidade de se aumentar o percentual mínimo.
O regime complementar existente no Uruguai, onde o sistema de repartição é responsável por um benefício universal, mas as pessoas com renda mais elevada contribuem compulsoriamente para o regime de capitalização individual, é uma alternativa que combina custo de transição relativamente menor com um limitador para o crescimento da despesa total e um incentivo para acumulo de poupança doméstica, analisa o economista do Bradesco.
Outro ponto destacado é a cobertura da população em idade ativa, pois baixa inclusão e elevada informalidade não só aumentam a despesa futura com benefícios não-contributivos, mas também reduzem a receita previdenciária ou o acúmulo de poupança previdenciária corrente.

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