Árabes podem suprir lacuna da Rússia em fertilizantes

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Agrotóxicos (Foto: Max Pixel/Licença CC/ Domínio Público)
Agrotóxico (foto de Max Pixel/Licença CC/ Domínio Público)

Egito, Líbano, Marrocos, Tunísia, Jordânia, Omã, Emirados Árabes e Arábia Saudita são países árabes que poderiam exportar para o Brasil alguns dos fertilizantes que o País compra da Rússia. O dado faz parte do estudo “Oportunidades para importações brasileiras dos Países Árabes no setor de fertilizantes”, que foi elaborado pelo Departamento de Inteligência de Mercado da Câmara de Comércio Árabe Brasileira e apresentado para a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) do Brasil, Tereza Cristina, na última semana.

Segundo o levantamento, nitrato de amônio poderia ser fornecido pelo Egito, misturas de nitrato de amônio com carbonato de cálcio ou com matérias inorgânicas pelo Líbano, sulfato de amônio por Egito e Marrocos, fertilizantes contendo nitrato e fosfato por Tunísia e Jordânia, fertilizantes contendo fósforo e potássio por Omã e Emirados, misturas de ureia com nitrato de amônio em solução aquosa ou amoniacal por Omã, Arábia Saudita e Emirados, sais duplos e misturas de nitratos de cálcio e amônio por Jordânia e Emirados, e nitrato de sódio por Emirados. Todos esses produtos o Brasil compra dos russos, mas não dos árabes, que são, no entanto, fornecedores na área.

Segundo o levantamento, o Brasil importa da Rússia ao ano US$ 377 milhões em nitrato de amônio, US$ 16,9 milhões em misturas de nitrato de amônio e US$ 16,8 milhões em sulfato de amônio. Em nitrato, quase a totalidade vem do mercado russo, mas em misturas de nitrato de amônio, o Brasil importa também de outros fornecedores, somando US$ 122 milhões ao ano, e em sulfato de amônio compra do exterior um total de US$ 634 milhões.

O estudo foi elaborado pela Câmara Árabe para ajudar o Brasil a fazer frente a uma lacuna no fornecimento de fertilizantes em decorrência da guerra entre a Rússia e Ucrânia. Os russos são fonte importante de adubos para o Brasil, que, por sua vez, é peça-chave no abastecimento mundial de alimentos, inclusive para as nações árabes. O Brasil é o quarto maior exportador mundial no agronegócio, atrás de Estados Unidos, Holanda e Alemanha.

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O diagnóstico apresentado pela Câmara Árabe vai além da substituição do fornecimento russo e sugere que há potencial para importações maiores de fertilizantes pelos países árabes ao Brasil no geral. O Marrocos, que exportou US$ 896 milhões em adubos para o mercado brasileiro em 2020, poderia passar a um valor de US$ 2,48 bilhões, o Omã dos US$ 65 milhões para US$ 1 bilhão, o Egito de US$ 90,7 milhões para US$ 1 bilhão, a Arábia Saudita de US$ 308,5 milhões para US$ 938,7 milhões, e a Jordânia de US$29,9 milhões a US$ 878,8 milhões.

Os grandes espaços para aumento das exportações de fertilizantes árabes ao Brasil estão em cloreto de potássio, ureia, driidogeno-ortofosfato de amônio, fertilizantes contendo nitrogênio, fósforo e potássio, superfosfatos contendo pentóxido de difosforo P205, pentóxido que não contenha difosforo superfosfatos, hidrogênio-ortofosfato de diamônio, outros fertilizantes minerais ou químicos nitrogenados, outros fertilizantes minerais ou químicos, outros fertilizantes minerais ou químicos potássicos, entre outros. Os nomes citados são os que constam nas NCMs, nomenclatura com as quais os produtos são definidos no Mercosul para comércio exterior.

O levantamento também aponta tipos de fertilizantes que poderiam passar a ser comprados pelo Brasil dos países árabes, mas dos quais ainda não há importações da região. Alguns coincidem com os que o País pode substituir o fornecimento russo. A Câmara Árabe diz que o mercado brasileiro pode passar a comprar dos árabes sulfato de amônio, nitrato de amônio, misturas de nitrato de amônio com carbonato de cálcio ou matérias inorgânicas, fertilizantes em tabletes ou embalagens com peso, sais duplos e misturas de nitrato de cálcio e amônio, entre outros.

 

Com informações da Agência de Notícias Brasil-Árabe

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