Argélia entra em lista dos maiores 20 importadores de carne do Brasil

Países árabes ampliam compras brasileiras: exportações ao Oriente Médio e Norte da África somam US$ 17,7 bilhões até setembro

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Açougue (Foto: Silvio Avila/Mapa)
Açougue (Foto: Silvio Avila/Mapa)

A Argélia entrou neste ano para a lista dos 20 maiores importadores de carne bovina do Brasil, segundo informações divulgadas ontem pela Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo). O Brasil aumentou em 33,7% o volume geral de exportações de carne de janeiro a setembro sobre o mesmo período do ano passado e conseguiu alta de 21% na receita obtida com as vendas.

O aumento das compras de alguns países, entre eles os árabes Argélia e Emirados Árabes Unidos, colaborou para o desempenho das exportações brasileiras. A Argélia esteve entre os países que saíram praticamente do zero em aquisições no ano passado para a presença na lista dos maiores importadores neste ano. O país árabe da África adquiriu 34,2 mil toneladas nos nove primeiros meses deste ano.

Os Emirados constaram em terceiro lugar no ranking dos compradores. Eles fizeram importações de 120,7 mil toneladas de janeiro a setembro deste ano, contra 40 mil em iguais meses de 2023. Ou seja, houve crescimento de 162%. A receita gerada para o Brasil com as importações do país árabe do Golfo também subiu, em 168,3%, de US$ 204,1 milhões para US$ 547,8 milhões no mesmo comparativo.

Entre os demais grandes compradores estiveram, em primeiro lugar, a China, com alta nas compras e respondendo por 39,7% do total vendido pelo Brasil em carne bovina no exterior. Estados Unidos foram o segundo maior comprador, também com aumento de importações, e o Chile foi o quarto, com alta só no volume. A Abrafrigo destacou o desempenho México e a Turquia como destinos do produto neste ano.

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Para os mercados em geral, os brasileiros exportaram em carne bovina in natura e processada de janeiro a setembro 2,3 milhões de toneladas. A receita foi de US$ 9,39 bilhões no período. No mês de setembro, individualmente, houve recorde na exportação, com 319 mil toneladas embarcadas, alta de 30%, e US$ 1,287 bilhão em receita gerada, aumento de 28% sobre o mesmo mês do ano passado.

As exportações do Brasil para os países árabes somam US$ 17,7 bilhões entre janeiro e setembro, em alta de 25,6% sobre o mesmo período de 2023, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) detalhados pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira. As importações registram pequena queda, para US$ 7,9 bilhões. O superávit é de US$ 9,8 bilhões e a corrente de comércio, de US$ 25,6 bilhões. Se o ritmo se mantiver, o Brasil deverá renovar o recorde nas trocas comerciais com os árabes alcançado em 2023.

Gerente de Inteligência de Mercado da Câmara Árabe, Marcus Vinicius destaca exportações recordes de açúcar e milho em setembro. Foram embarcados US$ 681,9 milhões em açúcar, tendo Argélia e Egito como principais importadores, e US$ 338,6 milhões em milho, principalmente para o Egito.

No ano, as exportações de açúcares aos países árabes somam US$ 4,98 bilhões, em expansão de 47,8% sobre os US$ 3,37 bilhões exportados até setembro de 2023. Em segundo lugar, estão as exportações de carnes e derivados, com um total de US$ 4,2 bilhões, em alta de 28,2%; seguidas pelas vendas de minérios, escórias e cinzas, com um total de US$ 2,4 bilhões (+18,8%) e sementes e oleaginosas, com um total de US$ 1,07 bilhão (-23,47%).

Os principais destinos das exportações brasileiras foram: Emirados Árabes Unidos, Egito, Arábia Saudita, Argélia e Iraque. Juntos, os 22 países da Liga Árabe representam o terceiro principal destino das exportações brasileiras, atrás de China e Estados Unidos. Entre as importações, os principais fornecedores do Brasil até setembro são Arábia Saudita, Marrocos, Argélia, Emirados Árabes Unidos e Egito. Juntos, os países árabes formam o sexto principal fornecedor do Brasil.

As importações, por sua vez, registram uma pequena queda. Mesmo com ela, as compras de alguns itens também foi recorde em setembro. As importações do Brasil somaram US$ 7,9 bilhões até setembro, valor 0,53% menor do que os US$ 8,02 bilhões do mesmo período de 2023.

O principal produto que o Brasil importou dos países árabes até setembro foram petróleo e derivados, com um total de US$ 4,1 bilhões, em queda de 5,8% em comparação com o mesmo período do ano passado. Em seguida estão fertilizantes, com um total de US$2,4 bilhões, em retração de 4,6%, e plásticos, com um total de US$ 353,8 milhões, em alta de 82,9%.

“Mesmo com a queda mencionada, o mês de setembro apresentou recordes históricos nas importações brasileiras dos árabes em fertilizantes fosfatados com US$ 119,2 milhões, principalmente do Marrocos e Egito, polímeros de propileno com US$ 22,68 milhões, principalmente da Arábia Saudita, e, finalmente, barras de ferro ou aço com US$ 12,23 milhões, principalmente do Egito”, diz Vinicius.

Segundo ele, “no ritmo que se encontram as relações comerciais entre Brasil e países árabes, acredita-se que o ano de 2024 será um novo recorde histórico para as relações de exportações e corrente comercial do Brasil com as nações árabes.”

Com informações da Agência de Notícias Brasil-Árabe

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