Museus de todo o mundo têm registrado um aumento de público, atribuído, entre muitos fatores, ao turismo, ao aumento de fomento e, também, à arte-tecnologia e ao uso de recursos digitais. A possibilidade de crescimento do público aponta questões tanto relacionadas ao interesse despertado por esses novos objetos-intervenções quanto ao fato de que, em decorrência disso, os ambientes museais estão sendo frequentados por pessoas que antes não se relacionavam com esses espaços, ampliando as reflexões geradas nesses ambientes.
As exposições imersivas, vertente da arte digital contemporânea, são, com suas grandes instalações em shoppings e seus ambientes instagramáveis, o ápice do capitalismo. Pelo menos agora, uma parcela considerável da população sabe, ou deveria saber, quem foi Van Gogh, embora muitos tenham passado direto pela seção de textos para chegar à sala dos girassóis e, finalmente, ao grande espaço principal destinado às projeções. O mercado do entretenimento ganha (e muito!), mas também os museus, cujo público parece ter se multiplicado na busca por exposições e salas imersivas. Esse público, contudo, acaba encontrando, além dessas atrações, outros objetos de interesse.
A qualquer momento, as fotografias e vídeos desse tipo de exposição, que ainda são uma coqueluche, podem chegar à categoria de old, porque a fronteira da cafonice está sempre próxima. Mas a arte se reinventa (o mercado, nem se fala!) e há muito mais a ser explorado na linha da arte-tecnologia. Exposições e mostras de new media art, cujas obras são produzidas e projetadas por meio de tecnologias de mídia eletrônica, têm dominado museus e espaços culturais, com montagens cada vez maiores, mais interativas e temáticas variadas. Elas abordam desde coleções que têm a humanidade como objeto ou examinam as formas pelas quais a tecnologia impacta a vida humana, até aquelas que tecem críticas sociais e ao mercado de arte, ou mesmo as puramente voltadas ao entretenimento.
Apesar de a arte-tecnologia ainda parecer inusitada aos visitantes menos frequentes, há uma mudança de percepção quanto à transição do que antes era futurista para um presente corriqueiro, mesmo que as obras e intervenções continuem a despertar curiosidade e espanto.
Além disso, há uma transformação na forma como a tecnologia é observada em museus. Nos museus arqueológicos, ela aparece como um suporte permanente à existência humana, representada por pontas de lança e outras ferramentas utilizadas há milhares de anos. Já nos museus de arte contemporânea, a tecnologia marca presença com seus refinamentos mais recentes, apropriada pela forma artística, deixando de lado o foco em sua utilidade prática. Assim, na construção ou na desconstrução de pontes que conectam passado, presente e futuro, a arte parece cumprir seu papel.
Cibele Alexandre Uchoa, escritora e pesquisadora. Mestre e doutoranda em Direito Constitucional pela Universidade de Fortaleza, com bolsa da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico – Funcap. Sócia-fundadora do Instituto Brasileiro de Direitos Culturais – IBDCult.
O texto está pouco desenvolvido e não apresenta nenhuma referência sobre as quantificações citadas… está cheio de avaliações genéticas e não desenvolve 1 ideia que conduza o raciocínio.