Quase tão aterrador quanto o assassinato perpetrado contra as 12 crianças da escola de Realengo é a cobertura midiática tupiniquim do caso, cujo tom reuniu o sensacionalismo mercantilista, sem respeitar sequer a dor dos pequenos sobreviventes e de suas famílias, e o reforço de preconceitos e estereótipos.
Potencial
O economista Carlos Lessa define assim o que o pré-sal pode representar para o Brasil: “A partir da economia do petróleo, de tudo o que se produz para extraí-lo e da fabricação de produtos dele derivados, é possível robustecer enormemente a industrialização brasileira e criar uma frente interna de expansão para a economia. Isso vem faltando há muito tempo.”
Risco
Darc Costa, que foi vice-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na gestão de Carlos Lessa, adverte que o potencial oferecido pelo pré-sal para a industrialização e para o desenvolvimento científico do Brasil pode ser ameaçado pela política cambial: “A política de deixar o câmbio livre, sem controle, dada a quantidade de dólares que os Estados Unidos puseram em circulação por causa da crise global, tem provocado a valorização excessiva do real, o que complica muito a possibilidade de se estruturar uma indústria no país”, critica.
Com a barriga
No Egito, os manifestantes que derrubaram o regime de Hosni Mubarak já voltaram às ruas, em protesto contra a lentidão das reformas prometidas pelo junta militar que constitui o governo interino.
Clube atômico
A invasão da Líbia deu munição aos que defendem o desenvolvimento de armas nucleares como forma de garantir poder de dissuasão a países periféricos: “Se Kadafi não tivesse abandonado o seu programa nuclear, no início da década passada, como pré-condição para a reaproximação com o Ocidente (que até há poucos meses o considerava “membro do clube”), dificilmente a parte da Líbia sob seu controle estaria agora sendo alvo de outra “intervenção” da Otan”, comenta o boletim eletrônico Resenha Estratégica.
Duas situações
Já o professor de Relação Internacionais Willians Gonçalves, da Uerj e da UFF, destaca que a situação na Líbia é fundamentalmente diferente da insurreição ocorrida no Egito. Neste país, observa Gonçalves, multidões saíram às ruas pedindo o fim da ditadura de Hosni Mubarak: “Já na Líbia, as manifestações de rua foram extremamente raquíticas. O que há é um movimento separatista armado que se levantou contra o governo. E governos em todas as partes sempre reagem quando são atacados por movimentos armados”, compara o especialista.
Fechando o verão
Túnel extravasor (que deságua no mar) ou “piscinões”? Há 40 anos, optou-se pela primeira alternativa na cidade do Rio de Janeiro, com a construção de um túnel que joga a água das chuvas logo após o mar do Leblon. Hoje, o governo parece tender para a segunda opção. O tema estará em debate nesta terça-feira, das 14h às 18h, no Clube de Engenharia, no Centro do Rio. Estão escalados para a discussão o presidente do Instituto Estadual do Meio Ambiente (Inea), Marilene dos Santos, e especialistas da Coppe e da PUC.
Alternativa
As Faculdades Integradas de Jacarepaguá estão com inscrições abertas para cursos de capacitação em terapias alternativas, como yoga, psicoterapia holística e terapias manuais integradas. Informações em www.unizencursos.com.
Novidade
A economista Beatriz David, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), discorda dos que vêem grandes diferenças entre os governos Lula e Dilma. Crítica de ambas administrações, por não apresentarem uma estratégia de desenvolvimento nacional e manterem um modelo econômico dependente, ela aponta uma única diferença neste início de administração Dilma Rousseff: “As revoltas dos operários da construção civil são a única novidade nesses 100 primeiros dias do governo Dilma”, alfineta.