A Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet) questionou publicamente a direção da estatal a respeito de informação que seria sigilosa divulgada pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, após mensagem que a ministra diz ter recebido do presidente da Petrobras, general Silva e Luna.
Segundo a Aepet, na manhã do dia 4 do mês passado, Tereza Cristina anunciou a venda da UFN-III (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados) da Petrobras em Três Lagoas. A ministra declarou: “Recebi uma mensagem do presidente da Petrobras falando sobre a conclusão da compra da UFN-III para a Acron”.
Entretanto, a Petrobras anunciou somente em 21 de fevereiro que iniciava a fase não vinculante para venda da UFN-III. “Internamente, a Sistemática de Desinvestimentos da companhia determina que a fase não vinculante significa informações classificadas como confidenciais, ou seja, informações sensíveis disponíveis apenas para um grupo de interesse. A classificação da informação só poderia ser alterada quando aprovado pelo Conselho de Administração da Petrobras”, relata a Aepet.
Desde fevereiro de 2020, porém, a venda da UFN-III não foi pautada ou submetida ao CA da Petrobras, “logo, todas as informações sobre a venda continuam como confidenciais, e a fase continua no status de fase não vinculante”. O presidente da Petrobras teria, então, quebrado uma regra de confidencialidade.
A estatal só divulgou a nota à imprensa sobre o “acordo para as minutas contratuais para a venda de 100% de sua Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN-III) (…) com o grupo russo Acron” às 16:28:27 de 2 de fevereiro, após questionamento da imprensa sobre a declaração da ministra.