A atividade da economia em agosto apresentou alta de 0,2%, na comparação com julho, segundo os dados do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central. O IBC-Br é considerado um sinalizador do Produto Interno Bruto.
Na passagem de junho para julho, a economia recuou 0,4%, segundo o IBC-Br.
Ainda de acordo com o BC, na comparação com agosto de 2023, os dados mostram que o IBC-Br cresceu 3%. No acumulado em 12 meses, o índice apresentou um avanço de 2,5%. No ano, o índice acumula alta de 2,9%.
No trimestre encerrado em agosto, o IBC-Br registra alta de 1,5% em relação ao trimestre anterior. Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, houve crescimento de 4%.
O IBC-Br é visto como uma prévia do PIB, calculado oficialmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice acompanha mês a mês a atividade econômica e antecipa possíveis pressões inflacionárias.
Segundo Gesner Oliveira, sócio da GO Associados e professor da Fundação Getulio Vargas, desempenho do IBC-Br superou a mediana das expectativas do mercado, que previa crescimento de 0,1%.
“O desempenho melhor que o projetado pode resultar em uma melhora das projeções para o PIB em 2024. Essa alta reflete uma recuperação em relação à queda de 0,41% em julho. Apesar do resultado acima das expectativas, há desafios para sustentar esse desempenho até o final do ano. No cenário interno, eventos climáticos adversos, como secas, podem afetar setores importantes, como o agronegócio, além de aumentar o custo da energia. A incerteza fiscal, por sua vez, eleva as taxas de juros e encarece os investimentos, impactando a atividade econômica no início de 2025. No cenário externo, um possível escalonamento do conflito entre Israel e Irã pode elevar os preços do petróleo, pressionando ainda mais a inflação”, avalia.
Também nesta segunda-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, admitiu o governo pode rever, mais uma vez neste ano, a projeção para o PIB de 2024.
Na manhã de hoje, o ministro participou do evento Itaú BBA Macrovision, realizado na capital paulista e um dos mais tradicionais eventos do mercado financeiro.
“Talvez a gente tenha que rever, ainda não, mas talvez a gente tenha que rever mais uma vez o PIB deste ano”, disse.
Para Haddad, o Brasil não deve crescer abaixo da média mundial neste ano. Ele também afirmou que é possível que o país mantenha um crescimento médio de 2,5% a longo prazo – e sem riscos. “Do meu ponto de vista, não tem por que não mirar uma taxa de crescimento, no mínimo, equivalente à média mundial. Nós ficamos muito abaixo da média mundial por muitos anos. E eu penso que o Brasil pode mirar uma taxa de crescimento média acima de 2,5%, sem nenhum risco, na minha opinião, de desequilíbrios importantes.”
Matéria atualizada às 15h24, para acrescentar avaliação do professor Gesner Oliveira
Com informações da Agência Brasil