Atividade econômica vem mais fraca e aumenta pressão sobre o BC

Desaceleração da atividade econômica neste segundo semestre, passado o impacto positivo da agricultura

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BC (Foto: Lúcio Távora/Ag. Xinhua)
Banco Central (foto de Lúcio Távora, Xinhua)

A atividade econômica brasileira registrou queda no terceiro trimestre, de acordo com informações divulgadas nesta sexta-feira pelo Banco Central (BC).

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) recuou de 0,64% de julho a setembro em relação ao trimestre anterior (abril a junho), de acordo com dados dessazonalizados (ajustados para o período).

Apesar de negativo, houve desaceleração no ritmo de queda: no segundo trimestre, o indicador teve redução de 0,85%, após crescimento de 4,8% no primeiro trimestre deste ano.

Em comparação ao terceiro trimestre do ano passado (julho a setembro de 2022), a alta no mesmo período de 2023 foi de 0,78% (sem ajuste para o período, já que a comparação é entre meses iguais).

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Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, comenta que o IBC-Br mostrou retração de 0,06% em setembro, na comparação com o mês anterior. “O índice, visto como uma prévia do PIB, mostrou resultados piores do que o esperado e reforçaram a visão de desaceleração da atividade econômica neste segundo semestre, passado o impacto positivo da agricultura e com a desaceleração da demanda.”

Segundo Nishimura, o fraco resultado se junta a outros indicadores recentes que demonstram fraqueza, principalmente em serviços, com varejo e produção industrial alternando altas e baixas, o que deve provocar revisões para baixo para o crescimento do PIB em 2023, da ordem de 2,7%.

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Na comparação entre setembro de 2023 com o mesmo mês de 2022, houve crescimento de 0,32%. No acumulado em 12 meses, o indicador ficou positivo em 2,5%.

O IBC-Br é uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica do país e ajuda o BC a tomar decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic, definida atualmente em 12,25% ao ano. O índice incorpora informações sobre o nível de atividade de setores da economia – indústria, comércio e serviços e agropecuária –, além do volume de impostos.

O resultado indica que as reduções da taxa de juros pelo BC têm sido lentas e insuficientes para a retomada da atividade econômica. A inflação, menor que a projetada e dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CNM), não justifica a demora do BC em baixar os juros de forma mais eficaz.

Divulgado mensalmente, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central emprega uma metodologia diferente da utilizada para medir o Produto Interno Bruto (PIB), que é o indicador oficial da economia brasileira e calculado pelo IBGE. Segundo o próprio BC, o índice “contribui para a elaboração de estratégia da política monetária” do país, mas “não é exatamente uma prévia do PIB.”

Com Agência Brasil

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