Ato falho

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O discurso de Lula na ONU foi firme no momento certo, em certas partes ousado – ao bombardear a proposta dos EUA para o Iraque -, em outras tocante (“Quanto mais a humanidade parece aproximar-se de Deus pela capacidade de criar, mais o renega pela incapacidade de respeitar e proteger suas criaturas”). E ficou claro o enxerto da parte “palocciana” no discurso, ao louvar o equilíbrio das contas públicas e a redução da vulnerabilidade externa. Tão destoante que Lula tropeçou e encaixou um “não” antes da frase “devemos ser capazes, ao mesmo tempo, de atender as necessidades de alimentação, emprego, educação e saúde de dezenas de milhões de brasileiros abaixo da linha da pobreza.” O presidente se corrigiu (?) rapidamente.

Pensando pequeno
A opção do governo de fazer da liberação dos mercados agrícolas a principal reivindicação para aderir à Área de Livre Comércio das Américas (Alca) pode ser batizada de vanguarda do atraso por dupla razão. Não somente a troca de mercado de produtos primários, ainda que com valor agregado, por produtos industrializados e serviços é um mau negócio, como, segundo o embaixador brasileiro nos Estados Unidos, Rubens Barbosa, 67% dos produtos exportados pelo Brasil para os Estados Unidos são industrializados. Barbosa inclui nessa relação aviões, celulares, automóveis e produtos químicos, que têm importante valor agregado e também são vítimas de formas variadas de protecionismo, principalmente, quando ameaçam concorrentes locais. Já 65% das vendas para a União Européia (UE) são de produtos primários.

Bolsa social
A Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil vai implantar o projeto Bolsa de Ações Sociais, para obter financiamento e implementar projetos nas áreas culturais, educacionais, esportivas e de meio ambiente. Para isso criou uma nova superintendência – a de Ações Sociais – tendo à frente Gilda Pessoa Novis, que desenvolveu ação semelhante na Telemar.

Pindaíba
A Agência Nacional do Petróleo (ANP) pode suspender estudos geológicos importantes por falta de verba, uma vez que a agência ficou com apenas R$ 289 milhões dos R$ 1,4 bilhão que deveria receber de participação na exploração de áreas de concessão de petróleo e gás. A queixa é do diretor-geral da agência, Sebastião do Rego Barros, durante seminário na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro.

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GLP
Dentro de 15 dias a ANP apresentará a nova regulamentação do mercado de gás liquefeito de petróleo (GLP). E até o fim do mês ficará pronta a nova lei de penalidades com que a agência pretende combater irregularidades no setor.

Química on line
Mais de R$ 2 bilhões de reais já são movimentados pelo setor químico no comércio eletrônico, valor 25% maior do que no ano passado. Esse dado consta de pesquisa realizada pela ebusiness Brasil envolvendo 12 empresas do setor. “O fato da indústria química dirigir cerca de 30% de suas vendas ao próprio setor impulsiona a necessidade das empresas trabalharem cada vez mais de forma integrada”, analisa Richard Lowenthal, presidente do ebusiness Brasil.

Orgulho petista
O Fundo Monetário Internacional (FMI) exigiu 3,75%, o governo prometeu 4,25%, mas entregou 5,05% do PIB. Esse foi o superávit primário (economia para pagar juros) produzido pela equipe do ministro Antônio Palocci entre janeiro e julho. A fonte da informação, revelada com indisfarçável júbilo, é o próprio PT, através do seu boletim eletrônico Linha Aberta.

Esquecimento
Depois do discurso de Bush ontem, na ONU, foi acrescentada uma nova categoria de revisão histórica. Depois do “esqueçam o que escrevi” e do “esqueçam o que assinei”, chegou a vez do “esqueçam o que bombardeei”.

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