O Brasil tem hoje cerca de 55 milhões de estudantes – do pré-escolar à universidade, contando apenas os cursos regulares. Esse contingente que comparece diariamente à escola é quase duas vezes maior que toda população do Canadá. Qualidade não entra nessa estatística.
Vampiro
A nomeação do indiano Anoop Singh, diretor do recém-criado cargo de Operações Especiais do FMI, como novo interlocutor do Fundo com a Argentina revela que, longe de reconhecer a rotunda derrota de suas políticas, o organismo resolveu apostar no perigoso caminho de exigir a última gota de sangue do país que ajudou a quebrar. Singh, que substituirá o chefe do Departamento de Hemisfério Ocidental, Claudio Loser – considerado pouco rígido pela direção do FMI – carrega em seu prontuário a responsabilidade pelo clique final da convulsão que tomou conta da Indonésia.
Designado para negociar com o governo local, à volta com a rebelião popular que se seguiu à megadesvalorização do baht, Singh disse não se preocupar se a suspensão do empréstimo ao país poderia causar uma convulsão social: “Você está falando de estabilidade social e eu trato da estabilidade macroeconômica, câmbio, inflação”, foi a resposta do talibã do FMI.
O resultado do fundamentalismo econômico do Fundo, que impôs juros elevados e cortes de gastos, é conhecido: os Tigres Asiáticos quebraram e a crise financeira se espalhou e quase levou o mundo à breca.
Arrancar o couro
A nomeação de Singh revela ainda a concepção que norteará as ações da diretoria de Operações Especiais – uma espécie de ministério do FMI para emergências – ao tratar com países à beira da falência. Como a número dois do Fundo, Anne Krueger, já defendeu que os países também tenham direito de decretar falência, dá para imaginar as exigências que serão feitas para aceitar a suspensão de pagamentos.
Com barulho
A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de baixar uma nova versão do pacote de abril às vésperas das eleições ajuda a entender os panelaços debaixo da janela da Corte Suprema da Argentina.
Ajuda externa
A Prefeitura de Belford Roxo ainda não chamou a Swat, mas adquiriu três máquinas importadas para ajudar no combate à dengue. O equipamento seria eficaz para matar não só o aedes aegypit, como também o mosquito culix – aquele que perturba o sono durante a noite. Até terça-feira, haviam sido notificados 1.792 casos suspeitos de dengue no município da Baixada Fluminense, com 374 casos positivos e 430 negativos e 360 aguardando resultado.
Opção FH
Órfão de bandeiras populares, o tucanato adotou o slogan “inclusão social” como principal escudo contra as críticas da oposição. O artifício marqueteiro, no entanto, não resiste a exame mais apurado de onde efetivamente o governo FH gasta o dinheiro dos nossos impostos. Em janeiro, a desvalorização do real isoladamente elevou em R$ 13,5 bilhões a dívida pública. Essa dinheirama representa 2,5 vezes meia o Orçamento, de R$ 5,29 bilhões, destinado para todo este ano à Educação. Comparados à Justiça, os gastos com juros são 9,7 maiores que o R$ 1,382 bilhão destinado ao ministério que, em tese deveria comandar a luta contra a violência. E esse massacre na comparação com qualquer setor que não o que abrigue especuladores e rentistas se refere apenas ao primeiro mês do ano. Ao fim de dezembro, o Papai Noel costuma ser ainda mais generoso.
Medida
A confirmação do aumento dos combustíveis nas refinarias – 2,2% – serviu também para medir, não o tamanho, mas a duração da autoridade do presidente FH: duas semanas.