Aumento de feriados prolongados impulsiona hospedagem no Brasil

Dado é da CNC; para Fecomércio-SP, feriados nacionais podem dar perda de R$ 19,8 bi a comércio do estado

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Passageiros em aeroporto (foto: Fernando Frazão, ABr)
Passageiros em aeroporto (foto: Fernando Frazão, ABr)

Em 2025, os brasileiros poderão aproveitar 14 feriados nacionais, de acordo com o calendário oficial divulgado pelo Governo Federal. Quatro, entre os 10 feriados e oito pontos facultativos, serão prolongados – os chamados “feriadões” -, além das tradicionais folgas de Carnaval (feriado no Estado do Rio, mas que permanece como ponto facultativo em outros lugares).

Com o dobro de folgas prolongadas em relação a 2024, cresce a expectativa de aquecimento econômico, refletindo o aumento do consumo e do turismo no país nessas datas. Apenas durante o Carnaval, primeiro feriadão do ano, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima um faturamento de R$ 12,03 bilhões, um crescimento de 2,1% em relação ao ano anterior. Entre os setores que mais devem movimentar a economia está o de hospedagem, com previsão de arrecadação de R$ 1,28 bilhão.

Já de acordo com uma estimativa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP), os feriados nacionais deste ano devem resultar em uma perda de faturamento de cerca de R$ 19,8 bilhões para o varejo paulista. O montante é 1,7% maior em relação ao ano passado, o que significa, em termos monetários, um aumento de R$ 323 milhões. Assim como ocorreu em 2024, boa parte dos feriados deste ano coincidirá com o fim de semana – e isso explica, em parte, essa alta relativamente tímida no montante de perdas. Contudo, haverá mais “pontes”: cinco, contra duas no ano passado.

Dentre as cinco atividades analisadas, três devem registrar aumento na perda de faturamento em comparação a 2024. As lojas de móveis e decoração podem apresentar a maior alta proporcional (27,5%), deixando de faturar R$ 488 milhões, mas é importante destacar que é o segmento de menor receita, sendo comum grandes variações de um ano para o outro.

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Já em termos absolutos, a projeção é de que o setor de lojas de vestuário, tecidos e calçados aponte o maior aumento nas perdas de receita. Estima-se que a atividade vai deixar de faturar R$ 2,28 bilhões em 2025 em decorrência dos feriados nacionais – quase R$ 200 milhões a mais do que o projetado para o ano passado -, um crescimento de 9,6%.

O montante de perdas das farmácias e perfumarias será 4,2% superior ao último ano (R$ 2,69 bilhões). Por outro lado, nos supermercados é esperada uma leve queda de 0,9% no montante de perdas estimadas. A atividade, embora com variação modesta, tem a maior influência no resultado total, com uma redução estimada de R$ 9,33 bilhões, quase a metade (47%) do total previsto para o setor. O grupo de outras atividades, por sua vez – no qual predomina a venda de combustíveis -, sofrerá decréscimo de R$ 5,06 bilhões, praticamente estável (-0,2%) em relação a 2024.

Muito embora o valor projetado esteja na casa do bilhão de reais, a expectativa da Fecomércio-SP é que o varejo paulista tenha faturado R$ 1,4 trilhão em 2024, ou seja, uma perda de R$ 19,5 bilhões – que, se confirmada, representaria apenas 1,4% da receita anual do setor. É uma perda relativamente pequena, mas não desprezível. Outro ponto importante é que foram levados em consideração apenas cinco segmentos, os mais sensíveis à compra por impulso. São aqueles que sofrem pelo consumidor não passar numa loja naquele dia após o almoço ou fim do expediente e levar alguma coisa para si ou para a casa.

O estudo também avaliou o impacto dos feriados para São Paulo. Na capital paulista, as perdas projetadas estão na ordem dos R$ 5,9 bilhões – alta de 0,9% em comparação ao ano passado.

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