A falta ou o alto custo dos insumos continua sendo, pelo oitavo trimestre consecutivo, o principal problema da construção. A taxa de juros elevada e a falta ou o alto custo de trabalhador qualificado também são destaques. As informações fazem parte do estudo “Desempenho Econômico da Indústria da Construção – segundo trimestre de 2022”, divulgado ontem pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Segundo a pesquisa, a falta ou o alto custo de matéria-prima foi o principal problema citado por 47,7% dos empresários. A taxa de juros elevada foi destacada por 29,8% dos entrevistados. Já a falta ou alto custo de trabalhador qualificado foi relatada por 20,3%.
De acordo com Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), os três insumos que mais sofreram aumentos nos custos entre julho de 2020 a junho de 2022, foram: vergalhões e arames de aço ao carbono (99,60%), tubos e conexões de ferro e aço (89,43%) e tubos e conexões de PVC (80,62%).
O indicador ficou em 1,16% em julho. A taxa é menor que as de junho deste ano (2,81%) e julho do ano passado (1,24%). Com o resultado, o INCC-M acumula inflação de 8,44% ano e de 11,66% em 12 meses. A inflação referente a materiais, equipamentos e serviços caiu de 1,40% em junho para 0,60% em julho. Já o índice da mão de obra variou de 4,37% em junho para 1,76% em julho.
A CBIC aumentou, pela segunda vez consecutiva em 2022, a projeção do crescimento do Produto Interno Bruto da construção civil. Os últimos resultados do PIB, divulgados pelo IBGE, indicam que a construção civil, na série trimestre contra trimestre imediatamente anterior, com ajuste sazonal, cresce há sete trimestres consecutivos.
O mercado de trabalho da construção continua gerando resultados positivos e em patamares mais elevados do que os observados no período pré-pandemia. Os resultados dos primeiros semestres de 2021 e 2022 são os melhores para o período desde 2012, quando se analisa a série do Caged e do Novo Caged. Em maio deste ano, o número de trabalhadores com carteira assinada alcançou o maior patamar desde novembro de 2015. Além disso, o mercado de trabalho formal alcançou resultados positivos em quase todos os estados, sendo São Paulo, Salvador e Rio de Janeiro, os destaques na geração de novas vagas na construção.
O setor já gerou mais de 430 mil novas vagas com carteira assinada no período pós pandemia (entre março de 2020 a maio de 2022). A construção de edifícios representou mais 175.64 novas vagas. Obras de infraestrutura: 93,961 e serviços especializados para a construção: 166.368.
Divulgado hoje, o Índice de Confiança da Construção (ICST), também da FGV, recuou 0,7 ponto de junho para julho deste ano. A queda veio depois de uma alta de 1,2 ponto na passagem de maio para junho.
Com o resultado, o ICST atingiu 96,8 pontos, em uma escala de zero a 200 pontos. Na média móvel trimestral, o indicador também recuou (0,3 ponto).
A queda do índice em julho foi provocada pela piora das perspectivas para os próximos meses, medidas pelo Índice de Expectativas. A confiança dos empresários da construção em relação ao futuro recuou 2,3 pontos e caiu para 98,9 pontos, voltando a ficar abaixo do nível neutro (100 pontos), após três meses.
Já o Índice de Situação Atual, que mede a confiança em relação ao presente, subiu 0,9 ponto e atingiu 94,8 pontos.
O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) da construção subiu 0,8 ponto percentual e chegou a 77,9%, maior valor desde dezembro de 2014 (78,4%).
Com informações da Agência Brasil
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