Ontem os mercados voltaram a mostrar alguma fragilidade e realizações de lucro de curto prazo, além de boa rotação dos ativos. Apesar disso, a B3 ainda conseguiu encerrar com alta de 0,43%, com o índice em 111.878 pontos e dólar com leve alta de 0,28%, cotado a R$ 5,23. No mercado americano, o Dow Jones registrou alta de 0,20% e Nasdaq com -0,05%, enquanto o S&P 500 batia novo recorde intraday de pontuação.
Hoje, mercados da Ásia terminaram o dia com viés mais para positivo, Europa trabalhando no campo negativo e futuros do mercado americano com comportamento misto. Aqui, seria bom que conseguíssemos ultrapassar o patamar de 112 mil pontos do Ibovespa, para então almejar a faixa de 115 mil/116 mil pontos.
Ontem o Brasil conseguiu captar US$ 2,5 bilhões em emissão no exterior para três vencimentos (2025/2030/2050), nas menores taxas históricas. Também, ontem a Anvisa disse que pode autorizar a aplicação de vacinas contra o Covid-19 em caráter emergencial.
O dia está sendo de divulgação de indicadores PMI da atividade composta (serviços e indústria) para diferentes países no mês de novembro. No Japão, o indicador subiu para 48,1 pontos, enquanto na China o caixin subiu para 57,5 pontos, no maior patamar em uma década. Na Alemanha, queda para 51,7 pontos (menor em cinco meses) e na zona do euro contração para 45,3 pontos, vindo de anterior em 50 pontos. No Reino Unido, queda para 49,0 pontos, de anterior em 52,1 pontos. Lembrando que indicadores abaixo de 50 pontos sinalizam contração da atividade.
Ainda na Zona do Euro as vendas no varejo de outubro surpreenderam positivamente, com expansão de 1,5%, quando o previsto era +0,5%. Nos EUA, Joe Biden disse que manterá as tarifas impostas à China, mas quer rever acordo com o Irã desfeito por Donald Trump. Disse ainda que a prioridade é aprovar pacote de estímulo fiscal, e ontem houve grande movimentação ao redor disso, e proposta de pacote de US$ 1,3 trilhão. Já Trump redobrou suas acusações sobre fraude eleitoral, mesmo sem haver evidências.
O noticiário internacional dá conta que um acordo pós-Brexit pode sair até amanhã e investidores aguardam decisão da Organizção dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) sobre cortes de produção de petróleo. Ao longo dessa manhã já tivemos muitos boatos que mexeram com os preços do óleo.
No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em Nova Iorque mostrava queda de 0,33%, com o barril cotado a US$ 45,13. O euro era transacionado próximo da estabilidade em US$ 1,211 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 0,93%. O ouro e a prata tinham altas na Comex, enquanto as commodities agrícolas apresentavam viés de alta na Bolsa de Chicago.
Aqui, o governo diz que quer privatizar oito empresas ao longo de 2021 e a Petrobras anunciou que já tem proposta firme de compra de quatro refinarias, das oito que desejaria vender. Do lado político, seguem as disputas pela presidência da Câmara e, Arthur Lira, apoiado pelo governo, tem denúncia do MPF de operar "rachadinha" em Alagoas. Se Rodrigo Maia conseguir aprovar a reforma tributária ainda em 2020, volta a ser grande candidato.
O dia incorpora indicadores que podem alterar o comportamento dos mercados de risco, como o PIB do Brasil no terceiro trimestre e decisão da Opep sobre cortes de produção. Mas, o mercado fraco no exterior inibe um pouco que o Ibovespa ultrapasse o nível de 112 mil pontos. O dólar deve permanecer fraco e os juros também.
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Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do Banco Digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado
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