Metaverso, jogos digitais, avatares, ações sociais: conexões mudam vidas
O mundo está imerso em grandes mudanças. Passamos por uma pandemia mundial que está se transformando em endemia. Com a ajuda da tecnologia, estamos aprendendo a conviver com essa condição para nos mantermos conectados. Os avatares, ou seja, nossos IDs virtuais, estão cada vez mais evoluídos. Viver em um universo virtual parece mais divertido e seguro do que andar pelas ruas do mundo real. Tornamo-nos shoppers, e isso movimenta toda a economia nos dois universos.
Em paralelo, as moedas virtuais estão revolucionando a forma como consumimos conhecimento e investimos tempo e dinheiro. Por exemplo, dizem que investir em imóveis é sempre um bom negócio e, hoje, ser dono de um terreno em Hollywood está apenas a alguns cliques de distância. O aplicativo Upland simula o mercado imobiliário no metaverso com dinheiro de verdade; estima-se que vale US$ 300 milhões. Nesse mundo virtual, as pessoas têm espaço para investir, podem compor coleções que lembram o jogo Banco Imobiliário e se tornar “magnatas” da noite para o dia em UPX, a moeda do jogo.
Celebridades como Akon estão empreendendo para mudar e impactar o mundo real. Em sua participação na palestra “Branding África: Blockchain, Entrepreneurship and Empowering the Future”, o cantor afirmou que investir no universo digital pode desenvolver a economia do Senegal, na África, de forma real.
O mundo do YouTube, TikTok, Twitch, entre outras mídias, está repleto de temas, diversidades, comunidades, aprendizados e tribos com cursos para todas as pessoas que queiram se tornar produtoras na área de multimídia e conteúdo. Quem sabe, esses indivíduos podem se voltar ao ramo de influenciadores digitais com a possibilidade de alcançar milhões de seguidores.
O universo dos jogos digitais ou e-Games cresce todos os dias; hoje é possível acessar jogos de qualquer origem, inclusive alguns influenciadores como o DJ Alok ampliaram suas presenças diante desse cenário. A pandemia acelerou a participação dele no jogo Free Fire, promovendo em 2021 o Alok Game Changer – seu próprio campeonato, com premiação de R$ 350 mil.
Os avatares de celebridades têm chegado a números impressionantes, podem custar mais de R$ 100 mil. Estão habitando a Web3 e o metaverso e curiosamente evoluem o tempo todo, assim como a personagem Lu do Magazine Luiza, entre outros que estão chegando, como Sabrina Sato, Bianca Andrade, Nina Silva, Deborah Secco, Nyvi Estephan, Cauã Reymond, Luiza Possi e demais famosos que investem em influenciadores virtuais.
Começamos a conectar comunidades que estavam invisibilizadas a portais de filantropia; vaquinhas e outras iniciativas para mobilizar quem quer doar algo a quem precisa; e grupos como o Razões para Acreditar, que têm transformado histórias em possíveis novas realidades, mesmo sem necessariamente estarem inseridos nos estados onde os contextos acontecem.
Apesar de a pandemia ter escancarado alguns vales sociais que impedem o acesso de muitas pessoas às possibilidades infinitas da web, também acelerou a organização de ações que estão impactando comunidades inteiras pelo país, acolhendo pessoas refugiadas que encontram asilo em todo o território nacional e permitindo que casas de abrigo atuem na inclusão de grupos vitimados pela violência, como mulheres em risco de feminicídio, pessoas LGBTQIAP+, entre outras.
Por meio da comoção pública das redes, é possível mobilizar rapidamente e reduzir o número de mortes e perdas decorrentes das mudanças climáticas que têm surpreendido o mundo com ondas de calor e frio.
As perspectivas de atuar contra preconceitos dos mais variados tipos vêm crescendo com o uso das mídias sociais como garantia de não apagamento e de propagação para sensibilizar e mobilizar ações sociais de resistência a processos violentos. Um exemplo é a hashtag #BlackLivesMatter, que ainda circula pelo mundo após a morte de George Floyd, vitimado pela violência do preconceito.
As conexões mudam vidas, e muitas ações acabam se fortalecendo, inclusive com participações de diferentes países, como durante o mapeamento do genoma do novo coronavírus (SARS-CoV-2), em que a médica e cientista brasileira negra Jaqueline Goes de Jesus foi fundamental para aumentar as chances de reação rápida no combate ao vírus, garantindo o direito básico à vida. Assim, recebeu a comenda Zilda Arns, que tem como objetivo reconhecer o mérito do trabalho de pessoas que se dedicaram ao processo do desenvolvimento do Sistema Único de Saúde (SUS).
Tal ação também assegurou o direito humano à saúde e mostrou que temos mentes e talentos brilhantes impactando a melhoria do mundo. Toda a equipe de pesquisa envolvida atuou conectada de forma remota para garantir esse benefício às pessoas.
Entre avanços e retrocessos, temos colhido vitórias que a tecnologia vem democratizando. Por isso, 2023 será um ano fundamental para nos ajudar a continuar evoluindo em rede e, quem sabe, no universo paralelo. Um brinde às promessas!
Samanta Lopes é coordenadora MDI da um.a #DiversidadeCriativa