B3: Até 2026, 35% de mulheres em cargos de liderança

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Bolsa de Valores B3 São Paulo (Foto: Rovena Rosa/ABr)
Bolsa de Valores B3 São Paulo (Foto: Rovena Rosa/ABr)

A sigla ESG – que em inglês, significa Environmental, Social and corporate Governance, algo como melhores práticas ambientais, sociais e de governança em português – virou passaporte para as empresas modernas.

A B3 informou que se tornou nesta quarta-feira (15) a primeira bolsa de valores do mundo a emitir um Sustainability Linked Bond (SLB) no valor de US$ 700 milhões e passa a se comprometer financeiramente com o cumprimento de metas ligadas à sustentabilidade. Entre os compromissos previstos no SLB estão a criação de um índice de diversidade para o mercado brasileiro e o aumento de mulheres em cargos de liderança dentro da bolsa.

“Avançar em ações sociais, ambientais e de governança e estimular que todo o mercado de capitais percorra esse caminho também é sem dúvida a prioridade da B3 para os próximos anos. É urgente que esse tema deixe de ser um objetivo e se torne uma prática. A melhor maneira de consolidar esse compromisso é vinculá-lo a metas e impactos financeiros”, afirma Ana Buchaim, diretora-executiva de Pessoas, Marketing, Comunicação e Sustentabilidade da B3.

No Brasil, apenas 37,4% dos cargos gerenciais existentes em 2019 eram ocupados por mulheres, segundo os dados do levantamento Estatísticas de Gênero: indicadores sociais das mulheres, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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SLB

Os SLB são instrumentos de dívida que têm como objetivo fazer com que o emissor alcance metas de sustentabilidade, monitoradas periodicamente. Esses títulos podem ter suas características financeiras alteradas dependendo do atingimento ou não das metas pré-estabelecias nas datas determinadas para verificação. Isso significa que, em caso de não cumprimento, o investidor passa a receber uma remuneração maior do que a combinada no momento do lançamento do título, aumentando assim o custo para o emissor.

O SLB emitido pela B3 – título de renda fixa ligado à sustentabilidade – será destinado apenas para investidores institucionais qualificados residentes no exterior. O bond tem valor de US$ 700 milhões, prazo de dez anos e estabelece duas metas atreladas à diversidade e inclusão: criação, até 2024, de um índice de mercado para medir a performance de empresas que tenham bons indicadores de diversidade; e atingir, até 2026, o percentual de 35% de mulheres em cargos de liderança na B3 (gerentes, superintendentes e diretoria, o que inclui também os C-levels)

A remuneração do papel, distribuído aos investidores qualificados residentes no exterior, será de 4,125% ao ano, com metas de sustentabilidade que poderão influenciar nas taxas de juros da dívida em em caso de não atingimento. No caso da criação do índice de diversidade, caso não seja atingido, os juros serão acrescidos de 0,125% a partir do pagamento do cupom em setembro de 2025.

Liderança feminina

Em relação à meta para mulheres em cargos de liderança, caso o percentual de 35% não seja atingido, os juros serão acrescidos de 0,125% a partir do pagamento do cupom em setembro de 2027. Este é o primeiro título com foco ESG emitido pela B3, seja no mercado local ou internacional.

A B3 é a primeira bolsa de valores do mundo a emitir um Sustainability-Linked Bond (SLB) no mercado de capitais. Além disso, também é a primeira empresa brasileira a emitir um SLB no exterior com metas exclusivamente sociais. A evolução de cada uma das metas será publicada todos os anos no Relatório Anual da B3, que é auditado de maneira independente e traz também informações sobre outras práticas ESG da companhia.

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