A B3 pode concluir a integração operacional entre BM&FBovespa e Cetip em até 18 meses, disseram executivos do grupo nesta segunda-feira. Eles apontaram ainda que esperam capturar sinergias da fusão BM&FBovespa/Cetip já este ano, prevendo que a sinergias de R$ 100 milhões por ano deve ser captada integralmente apenas em 2019.
Em teleconferência com analistas sobre os resultados do primeiro trimestre, os executivos também detalharam planos de tratamento contábil para amortização e depreciação de ativos, assim como hedge e pagamento de remuneração a acionistas.
Em relatório, analistas do Credit Suisse calcularam que o plano mostrado pela B3 para contabilização de ágio e amortização de ativos intangíveis resultará em um benefício fiscal com valor presente líquido de R$ 2,8 bilhões.
"O resultado é significativamente maior do que a previsão inicial de R$ 1,9 bilhão, devido não apenas ao maior saldo de ágio, mas também ao menor período de amortização", afirmaram os analistas Lucas Lopes, Marcelo Telles e Alonso Garcia.
A B3 espera iniciar a amortização de intangíveis para fins fiscais no terceiro trimestre deste ano, impulsionando a geração de caixa.
Os executivos afirmaram também que o grupo manterá até o terceiro trimestre a política de distribuir o equivalente a 50% do lucro na forma de dividendo. "A partir do quarto trimestre poderemos considerar se elevaremos esse percentual", disse nesta segunda-feira o diretor financeiro e de relações com investidores, Daniel Sonder.
Resultado
A operadora da bolsa de valores de São Paulo, B3, teve lucro líquido ajustado de R$ 523,6 milhões no primeiro trimestre, alta de 9,6% na comparação com mesmo período do ano passado.
O resultado ajustado considera a incorporação da central depositária Cetip, no final do primeiro trimestre. Sem ajustes, o lucro líquido atribuível aos acionistas da B3 de janeiro a março foi de R$ 209 milhões, queda de 56% sobre um ano antes.
A companhia estimou no balanço investimentos R$ 250 milhões e R$ 280 milhões neste ano e um orçamento de despesas entre R$ 1,05 bilhão e R$ 1,1 bilhão. Esta última estimativa não inclui despesas com depreciação e amortização, que devem ficar entre R$ 790 milhões e R$ 840 milhões, informou a B3 no balanço.
Segundo a B3, a estimativa de despesas e impactos por conta da incorporação da Cetip neste ano é de cerca de R$ 420 milhões, dos quais R$ 305 milhões foram registrados no primeiro trimestre. Para 2018, a expectativa é que esta linha some cerca de R$ 20 milhões.
A receita líquida da operadora do mercado acionário paulista somou R$ 940,9 milhões de janeiro a março, alta de 7,6% sobre um ano antes. Já as despesas saltaram 135%, de R$ 320,6 milhões para R$ 754,5 milhões na mesma comparação. Em termos ajustados, as despesas subiram 8,5%, para R$ 252,2 milhões.














