No primeiro trimestre de 2023, a balança comercial brasileira apresentou um superávit de US$ 16 bilhões, impulsionado pelo aumento das exportações e pela queda nas importações. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Economia e coletados pela Vixtra, fintech de comércio exterior, as exportações totalizaram US$ 76 bilhões, um aumento de 3,4% em relação ao mesmo período de 2022, enquanto as importações caíram 1,9%, totalizando US$ 60 bilhões.
Apesar das turbulências no cenário externo, as exportações foram beneficiadas pela demanda por produtos brasileiros, principalmente produtos agrícolas e commodities. No entanto, as importações começam a mostrar um cenário econômico mais adverso, com destaque para a queda na importação de Gás Natural (-US$ 2,4 Bi), Adubos e Fertilizantes (-US$ 1,0 Bi) e Componentes Eletrônicos (-US$ 0,7 Bi), que registraram as maiores quedas no período.
Para Leonardo Baltieri, co-CEO da Vixtra, os resultados da balança comercial brasileira no primeiro trimestre de 2023 indicam cautela. “O aumento das exportações é uma boa notícia, mas a economia global ainda está instável e a volatilidade do câmbio pode afetar o desempenho das empresas brasileiras que dependem do comércio exterior”, afirma.
“Isso acontece porque grande parte do crescimento é devido às commodities, o que torna a nossa balança comercial vulnerável às flutuações de preços no mercado internacional”, prossegue Baltieri. Além disso, o executivo destaca que “a redução nas importações pode sinalizar um enfraquecimento na economia do país”, completa.
Entre os principais produtos exportados estão Milho, Celulose e Aves e Miúdos Comestíveis, que puxaram o crescimento do comércio brasileiro, com aumento de US$ 1,9 bi, US$ 0,6 e US$ 0,5 bi, respectivamente. Dentre os principais parceiros, destacam-se a Argentina e os Estados Unidos com crescimento de 21,5% e 7%, respectivamente.
Para manter a balança comercial equilibrada e impulsionar a economia brasileira, Baltieri sugere que o governo invista em políticas públicas que incentivem a diversificação das exportações, além de tecnologia. “O Brasil tem potencial para exportar produtos de alto valor agregado, mas é preciso investir em inovação e tecnologia para tornar esses produtos mais competitivos no mercado internacional”, afirma.
O executivo também destaca a importância de ações que reduzam o custo Brasil, como a melhoria da infraestrutura e diminuição da carga tributária do país. “Reduzir os custos é fundamental para que as empresas brasileiras possam competir com as empresas de outros países. Além disso, é importante investir em educação e qualificação profissional para aumentar a produtividade e a competitividade da nossa economia”, concluiu Baltieri.
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