Depois de vários meses aguardando os resultados da Americanas, os acionistas minoritários finalmente têm ideia do tamanho do estrago que a fraude causou: o prejuízo do ano de 2023 somou R$ 2,272 bilhões. Ontem houve uma forte queda das ações, de cerca de -20% e os papéis foram negociados no mínimo histórico. O movimento de ajuste do valor distorcido pelas fraudes à realidade trouxe mais perdas aos investidores que permanecem desinformados sobre a realidade da empresa.
“As informações do balanço, cruciais para que os acionistas precifiquem as ações foram, por diversas vezes, adiadas irregularmente, deixando os investidores no escuro. Com os dados nas mãos, o mercado percebeu que os papéis ainda estavam supervalorizados e uma nova onda de perdas acontece”, ressalta Eduardo Silva, presidente do Instituto Empresa, entidade que defende os investidores minoritários e ingressou com arbitragens contra a companhia e seus controladores.
O prejuízo do ano passado foi 82,8% menor em relação a 2022, considerando os números reapresentados após a descoberta da fraude de resultados. A perda foi provocada pelo impacto operacional da crise e a redução de receitas, os custos adicionais da Investigação e da Recuperação Judicial e parcialmente compensado por impactos tributários. Segundo o comunicado da Americanas, os últimos 18 meses foram marcados por grandes desafios: a revelação de inconsistências contábeis, que posteriormente foram identificadas como uma complexa fraude de resultados, a Recuperação Judicial e a necessidade de reconstrução da Americanas.
“Quem adquiriu o papel até janeiro de 2023 – data da revelação das fraudes – o fez por um preço próximo ou superior a R$ 19. No entanto, o valor efetivo do ativo, depuradas as distorções contábeis, talvez fosse o da atual cotação, cerca de R$ 0,30”, destaca Silva.
Essa diferença entre o preço pago – erroneamente – e o preço efetivo do ativo é que deve ser cobrada pelos investidores.
Os minoritários são atingidos por camadas de prejuízos: primeiro, com a fraude sistêmica em si mesma; depois, com seus efeitos direitos como a perda de credibilidade da Companhia e a queda das vendas; enfim, com a diluição dos seus ativos, uma vez que os controladores, ao invés de assumirem as responsabilidades, preferiram realizar empréstimos que consolidaram seu domínio sobre a companhia.
Espanta, contudo, que o balanço de 2023 tenha sido apresentado apenas no segundo semestre de 2024.
“Há uma evidente falha informacional ao mercado que, em si mesma, gera outras distorções e mais prejuízos aos investidores”, afirma Silva.
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