Atribuído nos anos 60 às ditaduras latino-americanas, a pejorativa qualificação de República das Bananas, poderia ser aplicada, atualmente, aos Estados Unidos. A provocação é do economista Paul Krugman, em entrevista à edição de fevereiro da revista Playboy estadunidense. O prêmio Nobel de Economia justifica o adjetivo, apontando a polarização entre republicanos e democratas, muitas vezes, sobre temas irrelevantes, e que paralisam o processo decisório num momento de grave crise.
Cadeia neles!
Na entrevista, Krugan volta a insistir em que a estagnação vivida pelos EUA decorre da regulação frouxa e acusa personalidades do mundo das finanças, como o ex-presidente do Federal Reserve (Fed) Alan Grespan. Para o Nobel de Economia, alguns figurões de Wall Street deveriam estar na cadeia, proposta apoiada pelo economista Simon Johnson, (MIT), em recente artigo no seu blog, batizado com o emblemático título de Too big to jail (“Grande demais para serem presos”).
Raposa no galinheiro
Krugman defende ainda que o presidente Barack Obama não tinha idéia da dimensão real da crise e se aconselhou “com as pessoas erradas”, ou seja, ligadas aos interesses de Wall Street. E, por fim, diz o óbvio: que Obama, na política dos EUA, está mais ao centro do espectro ideológico do que à esquerda como alguns dos seus eleitores, ingenuamente, pensaram.
Amigo é para essas coisas
O que começou como uma brincadeira se espalhou de forma viral pela internet e hoje a página Amigo do Eike (www.amigodoeike.com) no Facebook já tem cerca de 50 mil seguidores. A idéia surgiu quando o artista plástico Artur Moreira ouviu o próprio Eike Batista declarar durante entrevista ter perdido muito dinheiro com uma virada na bolsa de valores. Moreira deu início a uma campanha que visa a “melhorar a imagem do empresário”. O primeiro passo foi criar vídeo em que se propõe a ajudar Eike, aceitando o dinheiro do empresário, para que este possa mostrar que uma virada na bolsa não afeta sua estabilidade financeira: “Você já viu quem está mal dar US$ 1 milhão? Esta é a sua chance de mostrar que está bem”, conclama Moreira, que promete: ao completar 1 milhão de amigos, vai sortear um carro zero quilômetros e dez passagens para qualquer lugar do país. Sem contar iPods e iPhones, que já estão sendo sorteados.
Cereja do bolo
Neste início do ano, a empresa de consultoria Towers Watson divulgou estudo comparando os números dos fundos de previdência do Brasil e de outros países (www.towerswatson.com/assets/pdf/6267/Global-Pensions-Asset-Study-2012.pdf). Ao final de 2011, os ativos desses investimentos no Brasil representavam US$ 321 bilhões (ou 15% do PIB; em 2001, era 12%). Mas o estudo levou em conta, no caso brasileiro, apenas os fundos fechados.
“Caso levássemos em conta os planos abertos, o número total chegaria a aproximadamente US$ 500 bilhões. Outro ponto é que, nos últimos dez anos, os saldos dos fundos fechados cresceram no país, em média anual, 16% em dólar e 14% em reais. O Brasil foi um dos países que tiveram variação mais expressiva nesse período”, calcula o consultor Francisco Galiza, da Rating de Seguros.
Em países em que a previdência pública é limitada, o peso dos fundos privados em relação ao PIB é elevado: Estados Unidos, 101%; Reino Unido, 107%; Austrália, 89%; Canadá, 78%. Já nas principais nações da Zona do Euro a fatia dos fundos de previdência é bem restrita: França, 5%, e Alemanha, 14%. Não é à toa que os sistemas previdenciários públicos estão sob pesado ataque dos setores financeiros, interessados em colocar uma “bolada” no grande cassino global.