Bancada federal entra na discussão da ferrovia EF-118

Deputados pedem audiência com ministro dos Transportes para defender execução por completo da ferrovia EF-118

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Audiência Pública sobre Ferrovia EF-118
Audiência Pública sobre Ferrovia EF-118 (foto Jeff DAvila, ANTT)

Os deputados da bancada federal do Rio de Janeiro pediram audiência com o ministro dos Transportes, Renan Filho, para debater a construção da ferrovia EF-118. A obra previa 2 trechos – Sul (Baixada Fluminense ao Porto do Açu, ambos no Rio) e Norte (Porto do Açu a Anchieta, no Espírito Santo). “No entanto, a proposta atual de limitar o projeto apenas ao trecho Norte, favorecendo a exportação de minério sem agregar valor econômico, é um erro grave, que serve apenas a uma empresa mineradora e ignora o potencial de crescimento industrial e logístico do Rio”, dispara a deputada federal Jandira Feghali PCdoB).

Wagner Victer, que foi secretário estadual e é conselheiro vitalício Clube de Engenharia, explica que todo processo de concessão – que terá subsídio público – deve ser tratado como sendo uma única ferrovia, pois, caso contrário, só será implantado o trecho Norte para trazer o minério e o trecho Sul – o mais importante para o desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro – não sairá, “em especial se ficar vinculado a futuros compromissos firmes de carga como sendo um gatilho que nunca acontecerão”, esclarece Victer. “Esse gatilho, se não for algo temporal (24 meses no máximo) virará um sistema de procrastinar de forma infinita esse trecho Sul.”

Para o engenheiro e para a bancada do Rio, a EF-118 só deveria ser licitada com obrigação firme de ser implantada de forma integral, até pela elevada rentabilidade da operação de minério, que tem baixa contribuição para geração de empregos, pagamento de tributos e desenvolvimento econômico. “Nunca é demais lembrar que ferrovia é indutora de desenvolvimento e é uma logística que deve chegar previamente; o Estado do Rio de Janeiro já foi prejudicado profundamente pela desativação de centenas de quilômetros da ferrovia”, lembra Victer.

“O Rio de Janeiro tem uma vocação histórica para o desenvolvimento e não pode mais ser prejudicado por decisões que favorecem interesses restritos em detrimento do crescimento de seus municípios. A construção da ferrovia EF-118 é uma oportunidade estratégica para impulsionar a economia fluminense, gerar empregos e integrar regiões fundamentais. O escoamento da produção para o Porto do Açú, um dos maiores complexos logísticos do país, deve também favorecer o Norte do Estado do Rio, a Baixada Fluminense e demais municípios da região metropolitana, como Itaboraí onde está o complexo Boa Ventura”, reforça, em sua conta no Instagram, Jandira Feghali.

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Faltam os governantes

Demorou, mas os empresários começam a se mobilizar para a defesa da ferrovia EF-118 de forma integral. Para a Federação do Comércio (Fecomércio RJ), é fundamental ouvir a opinião dos prefeitos dos municípios do trecho Sul, visando garantir que o empreendimento seja viabilizado de maneira integral entre Nova Iguaçu (RJ) e Vitória (ES).

“Desta forma, propõe-se a reavaliação dos estudos de demanda de cargas em parceria com os municípios e o estado, o que poderia trazer novos elementos e oportunidades a discussão”, defende a entidade.

Falta a adesão do governador Cláudio Castro e dos prefeitos.

Bom de briga

Em 2005, no governo de Rosinha Garotinho, Wagner Victer, então secretário estadual de Energia, liderou o movimento para barrar a construção de um oleoduto que levaria o produto extraído no Rio de Janeiro para ser refinado em São Paulo. A luta resultou na criação do polo petroquímico do Comperj, em Itaboraí (RJ), atualmente Complexo de Energias Boaventura.

Rápidas

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