Banco de fomento promove até esta terça-feira seminário sobre mercado de capitais 

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BNDES diz que seguirá investindo em empresas iniciantes

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) comunicou na abertura do seminário Mercado de Capitais Brasileiro, na sede do Tribunal de Contas da União (TCU), em Brasília, neta segunda-feira (11) que dará sequência à política de venda de participações em empresas já consolidadas, para investir em empreendimentos que estejam iniciando sua atuação empresarial. O presidente do BNDES, Dyogo de Oliveira, disse que o banco já cumpriu cerca de 40% da meta de venda de participação em empresas em 2018, que é de R$ 10 bilhões. Esse valor não inclui a operação com a Fibria, feita em março. Ele ressaltou que a estratégia do BNDES é vender participação em empresas maduras e focar nas nascentes.

Segundo Dyogo de Oliveira, a atuação do banco no mercado de capitais, feita por meio da subsidiária BNDES Participações (BNDESPAR), é ampla, por ver nesse mercado “um dos mecanismos mais importantes” para o desenvolvimento do país. Ele contou que o resultado das participações do banco em empresas tem sido “muito satisfatório e que a gestão da carteira do banco tem sido positiva e trazido bons resultados para o país”. Dyogo de Oliveira citou como exemplo a valorização da participação do banco na Eletropaulo de mais de 200%.

"Todas as empresas da nossa carteira estão em processo de desenvolvimento. Estamos com estratégia bem forte de desinvestimento, não posso falar quem está mais perto porque isso desvaloriza ativos, mas a estratégia está bem definida", ressaltou.

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Ele disse que investir em empresas iniciantes implica em tomar mais risco, mas ressaltou que a inadimplência do banco, hoje em 1,6%, é a mais baixa do mercado. "Uma empresa que dá certo justifica todo o investimento e esforço porque ela será uma dessas empresas gigantes que temos hoje", disse, frisando que não convém comparar os resultados do banco enquanto acionista de empresas com os obtidos com financiamentos.

 “Nosso papel é fazer com que empresas se desenvolvam e beneficiem o país”, acrescentando que para o BNDES “são negócios de risco que, com o tempo, acabam se revelando, principalmente quando se trata de empresas nascentes”. O executivo frisou que a participação do BNDES em empresas tem que ser temporária.

O encerramento do seminário será nesta terça, às 16h30, em painel com a diretora de Investimento do BNDES, Eliane Lustosa, e o ministro do TCU, Augusto Nardes.

 

Política de juros

Sobre a política de juros adotada pelo banco, o ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Esteves Colnago, disse que essa tendência do BNDES, em meio ao cenário de juros em baixa, resultará em uma necessidade maior de o banco assumir mais riscos em seus investimentos.

"No entanto é importante que haja compreensão de que este é um negócio de maior risco, mas uma empresa que dá certo já justifica todo o investimento e o esforço nas demais”, disse o ministro.

De acordo com Esteves Colnago, os riscos para o BNDES são maiores em períodos como o atual, no qual as taxas de juros são menores, devido ao fato de boa parte dos lucros dos bancos estar associada aos juros por eles cobrados.

“Nessa realidade de taxas de juros mais baixas, o BNDES terá de assumir mais riscos para promover e catalisar o mercado de capitais”, acrescentou Colnago. Atualmente, a taxa básica de juros, a Selic, está em 6,5% ao ano.

 

Fundos de investimentos

Segundo o BNDES, empresas nascentes, iniciantes ou em estágio de crescimento podem ser apoiadas com recursos da BNDESPAR por meio de fundos de investimento administrados por gestores de mercado escolhidos através de um rigoroso processo de seleção.

A atuação da BNDESPAR através dos fundos de investimento tem por objetivo desenvolver empresas inovadoras e cadeias produtivas consideradas prioritárias pelo BNDES, bem como estimular o empreendedorismo, a adoção das melhores práticas de gestão e governança corporativa e difundir a cultura de capital de risco no País. Os investimentos também devem apresentar perspectivas de retorno acima do custo de captação de recursos da BNDESPAR e contribuir para a diversificação do risco da sua carteira de ativos.

Como quotista dos fundos de investimento, a BNDESPAR analisa as propostas de investimentos trazidas pelos gestores, contemplando nesta análise diversos aspectos como: avaliação econômico-financeira da empresa e de seus projetos, mercado de atuação da empresa, governança e gestão da empresa, riscos e seus mitigantes, estrutura da operação proposta, entre outros.

Em dezembro de 2016, a carteira da BNDESPAR contava com 41 fundos ativos, que somavam mais de 150 empresas investidas. O valor comprometido pela instituição era de R$ 2,94 bilhões. Considerando os valores comprometidos pelos demais investidores cotistas desses fundos, o patrimônio comprometido total agregado chega a R$ 15,7 bilhões, apresentando um efeito multiplicador de investimentos desta natureza em uma proporção de 4:1 (a cada R$ 1,00 investido pelo BNDES, R$ 4,34 são investidos por outros investidores).

 

 

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