Representantes de mercado e reguladores de vários países do Sudeste Asiático se reuniram recentemente na Malásia, em conferência do Banco Mundial, para debater, entre outros assuntos, a inclusão das pequenas e médias empresas no mercado de capitais.
“A evolução do mercado de capitais no Brasil vem permitindo o surgimento de novas fontes de investimento direto na economia, promovendo o desenvolvimento econômico e a inovação tecnológica do país”, disse o diretor-executivo da (Anbima), Zeca Doherty, responsável por duas apresentações sobre o tema ao longo da conferência.
Dois mecanismos mereceram destaque nas apresentações: crowdfunding e fundos estruturados, principalmente os FIDCs. O primeiro foi regulamentando pela CVM em 2017 e desde então vem se consolidando como uma sólida fonte de captação de recursos para startups e pequenas empresas que precisam de capital para financiar projetos inovadores e que não encontraram formas de obter este financiamento via formas mais tradicionais de crédito.
Para se ter uma ideia do crescimento e da importância desse mercado, o volume captado via crowdfunding de investimento aumentou de R$ 8 milhões em 2017 para mais de R$ 130 milhões em 2022. “Foram operações que beneficiaram segmentos como agronegócio, energia renovável e empresas de tecnologia, entre outras”, destacou o nosso diretor-executivo.
Ele destacou que o processo de sofisticação do mercado de capitais brasileiro também permitiu a atuação de fundos de investimento estruturados no financiamento das PMEs, especialmente os FIDCs. “Essa é uma indústria extremamente importante para as PMEs e os números comprovam isso”, disse ele, citando que os FIDCs, sozinhos, representam 9% da indústria brasileira de fundos. Os segmentos financiados pelos FIDCs são diversos: agronegócio, comércio, financeiro etc.