Bancos devem repassar queda da Selic para crédito, diz Santander

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O apetite dos bancos por ampliar crédito num cenário de demanda prolongadamente baixa deve levá-los a repassar o corte da Selic nas linhas de financiamento, disse nesta quarta-feira o presidente-executivo do Santander Brasil, Sérgio Rial.
Segundo o executivo, o banco está se preparando para o aumento das operações de crédito para o consumo, conforme as expectativas econômicas melhorarem. Os sinais de retomada do mercado de capitais também é um sinal de que a pior recessão em décadas está perto do fim.
As declarações acontecem no mesmo dia em que o Banco Central divulgou nova rodada de dados preocupantes do mercado de crédito no país, com o estoque de empréstimos caindo 3,4% em 12 meses até setembro, além de aumento dos spreads e os calotes se mantendo no maior nível da série iniciada em 2011.
Segundo Rial, no entanto, a expansão dos empréstimos do Santander Brasil do segundo para o terceiro trimestres, combinado com indicadores econômicos de queda da inflação e a primeira queda da Selic em 4 anos, na semana passada, permitem algum otimismo para os próximos trimestres.
O executivo disse que o banco deve começar a ver estabilidade ou queda de seus índices de inadimplência a partir do primeiro trimestre de 2017, refletindo em parte a reversão em curso das expectativas em relação à economia brasileira.
“Nossos números de inadimplência estão absolutamente sob controle”, disse Rial a jornalistas. “Nossos índices devem ficar estáveis ou cair a partir do primeiro trimestre de 2017.”

Lucro

O lucro líquido gerencial do Santander Brasil somou R$ 1,88 bilhão no terceiro trimestre de 2016, aumento de 10,3% ante igual período de 2015, quando o lucro somou R$ 1,708 bilhão.
O lucro líquido gerencial corresponde ao lucro societário com a exclusão do resultado extraordinário e reversão de 100% da despesa de amortização de ágio do período. O lucro líquido societário, sem o ajuste, chegou a R$ 1,436 bilhão no trimestre, 13,4% superior ao R$ 1,266 bilhão observado um ano antes.
A carteira de crédito ampliada do banco ao final de setembro somava R$ 310,965 bilhões, retração de 6,4% na comparação o saldo ao final do terceiro trimestre do ano anterior, quando estava em R$ 331,922 bilhões.
As despesas com provisão para devedores duvidosos (PDD) subiram 19,7% entre julho e setembro deste ano ante igual intervalo de 2015, passando de R$ 2,975 bilhões para R$ 3,562 bilhões. Com isso, o saldo das provisões totalizou R$ 9,903 bilhões ao final de setembro, alta de 16,4% na base anual de comparação.
O ROE (retorno médio antes de imposto sobre o patrimônio líquido, na sigla em inglês) excluindo ágio foi de 13,1% no trimestre, 0,3 ponto percentual (pp) acima da taxa do terceiro trimestre de 2015, de 12,8%. O índice de inadimplência acima de 90 dias ficou em 3,5%, alta de 0,3 pp em base anual.
“Com os fundamentos comerciais, de risco e de custos bem equilibrados, este terceiro trimestre comprova o crescimento consistente dos nossos resultados. Construímos a base de um grande resultado para 2016”, disse Rial.

Espanha

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O lucro líquido do Grupo Santander atingiu 1,695 bilhão de euros no terceiro trimestre de 2016. O Brasil ocupa a primeira posição dentro do grupo, acumulando, nos nove primeiros meses de 2016, uma fatia de 20% de participação nos resultados mundiais.  O desempenho ajudou o maior banco da Espanha a compensar a pressão sofrida em seu país e no Reino Unido, abatido pelo Brexit, e a superar as estimativas dos analistas de queda do lucro do grupo.
A presidente do grupo, Ana Botín, aposta que os negócios do Santander nos mercados emergentes ajudarão o banco a suportar a expectativa de crescimento menor no Reino Unido e em outros países onde tem uma grande presença.

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