Bancos liberam R$ 9,2 bi para financiar veículos em agosto

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O mercado automotivo segue dando sinais de recuperação. Em agosto, o sistema financeiro liberou R$ 9,2 bilhões para financiar a compra de veículos, melhor resultado alcançado desde dezembro de 2014, quando foram concedidos empréstimos de R$ 11,3 bilhões. Esse montante é 14,5% superior ao registrado em julho e 27,4% maior na comparação com o mesmo período de 2016. De acordo com o último boletim divulgado pela Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef), o total de recursos liberados nas operações de CDC e leasing, de janeiro a agosto, foi de R$ 63,5 bilhões, alta de 20,1% na comparação com o mesmo período de 2016. Para o financiamento foram destinados R$ 62,3 bilhões e para leasing R$ 1,2 bilhão.

– Hoje a base econômica está mais sólida: a inflação, a taxa de juros e o índice de desemprego estão caindo. Com isso, o brasileiro sente-se mais seguro e confiante para trocar seu veículo. Temos um mercado bastante retraído. Muitas pessoas, que adiaram suas compras com receio de não honrar seus compromissos, agora estão investindo na aquisição de um carro novo – analisa o presidente da Anef, Luiz Montenegro.

Dos R$ 9,2 bilhões liberados pelos bancos de montadoras e instituições independentes para as operações de financiamento, R$ 8,1 bilhões foram destinados às pessoas físicas e os R$ 1,1 bilhão para as empresas.

As operações de leasing totalizaram R$ 163 milhões, o que representa uma queda de 7,9% na comparação com o mês anterior e alta de 7,2% em relação ao mesmo período do ano passado. Para as pessoas jurídicas foram concedidos R$ 134 milhões, volume 10,1% inferior ao registrado em julho e 10,7% maior na comparação com o mesmo período do ano passado. As pessoas físicas responderam por R$ 29 milhões dos negócios, alta de 3,6% em relação ao mês anterior e queda de 6,5% em 12 meses.

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Outro indicador que mostra os sinais de recuperação do mercado de crédito de compra de veículos é o recuo na taxa de inadimplência nas operações de financiamento. Entre as pessoas físicas, a taxa é de 4,1%, o que representa uma queda de 0,1 ponto percentual na comparação com julho e de 0,5 ponto percentual em relação ao mesmo período do ano passado. Já para as empresas, o índice é de 3,4%, volume 0,3 ponto percentual menor em relação ao mês anterior e queda de 1,6 ponto percentual em 12 meses.

Na carteira de leasing, o índice de atraso é de 2,8% tanto entre as pessoas físicas como para as jurídicas. Para o primeiro grupo, a queda é de 0,2 ponto percentual em relação a julho e de 0,5 ponto percentual em 12 meses. Já entre as empresas, o recuo é de 0,3 ponto percentual na comparação com o mês anterior e de 1,3 ponto percentual em relação ao mesmo período de 2016.

O saldo das carteiras no oitavo mês do ano é de R$ 163,3 bilhões, alta de 0,8% em relação a julho e queda de 1,8% na comparação com o mesmo período do ano passado. As operações de CDC respondem por R$ 159,5 bilhões (volume 0,9% superior ao mês anterior e queda de 1,2% em 12 meses) e o leasing pelos R$ 3,8 bilhões restantes (volume 2,6% inferior a julho e 20,8% menor em relação ao mesmo período de 2016).

O saldo de crédito para aquisição de veículos para pessoas físicas e jurídicas corresponde a 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB). No mesmo período do ano passado, esse indicador era de 2,7%, o que corresponde a uma queda de 0,2 ponto percentual. O volume representa 5,4% do total do crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e 10,7% do total das operações de crédito – Recursos Livres.

As taxas praticadas pelos bancos ligados às montadoras continuam mais atraentes na comparação com as adotadas pelas instituições independentes. Em agosto, as entidades associadas à Anef cobraram juros de 20,4% ao ano e 1,56% ao mês, enquanto os independentes trabalharam com índices de 23,2% e 1,75%, respectivamente. O prazo médio das concessões é de 42,1 meses. Já o prazo máximo oferecido pelos bancos é de 60 meses.

 

Produção cai em setembro, mas apresenta alta no acumulado do ano

A produção de veículos no país em setembro teve uma queda de 9,2% em relação a agosto, atingindo 236.944 unidades. Mas na comparação com o mesmo mês do ano passado, cresceu 39,1%. No acumulado do ano, foram montados 1.986.654 veículos, aumento de 27% na comparação com o mesmo período de 2016. Os dados foram divulgados hoje (5) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Com relação às vendas, setembro também apresentou queda. No mês passado foram vendidas 199.211 unidades, queda de 8% em relação a agosto. No entanto, as vendas de veículos subiram 24,5% em setembro, na comparação com o mesmo período do ano passado. No acumulado do ano, foram licenciadas 1.620.005 unidades, o que representa alta de 7,4% ante o mesmo período do ano passado.

As exportações somaram 60.049 veículos, alta de 52,2% em relação a setembro de 2016. Em relação a agosto, houve queda de 10,1% e, no acumulado do ano, um aumento de 55,7%.

Rogério Golfarb, vice-presidente da Anfavea, avalia que os expressivos aumentos nas exportações é favorável para o setor.

– Foi influenciado por uma assimilação positiva do mercado da América do Sul, como Argentina, México, Uruguai e Colômbia.

Foram mantidas 126.280 vagas de emprego no setor durante setembro, alta de 1,3% em relação a setembro do ano passado. Não houve variação em relação a agosto. Foi registrada queda do número de empregados em layoff (suspensão temporária do contrato de trabalho), que passaram de 3.432 em agosto para 2.964 em setembro. A quantidade de funcionários em Programa Seguro Emprego (PSE) caiu de 2.888 em agosto para 2.867 no mês passado.

– Seja em layoff ou seja em PSE, são esses mecanismos importantes em período de crise. À medida que vemos a retomada, esses funcionários passam a migrar e voltar, e contribuir para a produção.

As projeções de resultados para o final do ano, revistas no mês passado, tem como expectativa aumento de vendas de 7,3%; alta na produção, de 25,2%, e nas exportações de 43,3%. O vice-presidente da Anfavea disse que há uma recuperação gradual, mas quando se observa o ambiente macroeconômico, ainda não é possível enxergar um crescimento robusto.

– É prematuro usar os números de setembro e acreditar que vai ser sustentável até o final do ano. Por isso, estamos sendo cautelosos.

 

Com informações da Agência Brasil

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