Bancos: terceiro trimestre positivo com avanço da vacinação

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Carteira com cartões de crédito (Foto; Wilson Dias/ABr)
Carteira com cartões de crédito (Foto; Wilson Dias/ABr)

Os resultados para os bancos no terceiro trimestre deste ano devem seguir apresentando um tom positivo, a medida que as atividades retomam com o avanço da vacinação no país. Os resultados, na maioria, devem apresentar uma estabilidade no ramo de crédito, que vem desacelerando o ritmo de crescimento desde o início do segundo trimestre, sendo puxado principalmente pelo crédito em pessoas físicas, que também já demonstra um arrefecimento na demanda em ramos que estavam em alta, como imobiliário e consignado por exemplo, dando lugar ao crédito pessoal, cartões e rotativo com a volta do consumo.

A projeção consta da “Inter Research: Prévias para o setor de Bancos no 3tri21’ material preparado pelo Banco Inter S.A. que destina-se à informação de investidores, não constituindo oferta de compra ou venda de títulos ou valores mobiliários. Segundo os analistas, as margens financeiras (resultado com operações de crédito) devem seguir pressionadas devido ao aumento do custo de crédito com a maior taxa de juros no mercado.

Spreads

“Vimos que, como de se esperar no curto prazo, os spreads não avançaram no mesmo ritmo, devendo responder em maior horizonte de tempo. Por outro lado, os bancos devem apresentar despesas com provisões retomando a normalidade em níveis pré-pandemia, já que nos primeiros trimestres do ano o nível ainda veio abaixo devido a alta cobertura para perdas feita em 2020 e o baixo nível de inadimplência até agora observados.”

Mostra, também, que os resultados com serviços devem continuar apresentando um tom de recuperação, principalmente em resultado com cartões e seguros, visto que os ramos sofreram maiores impactos com a pandemia. “Por outro lado esperamos bons níveis com receitas advindas de administração de recursos e com mercado de capitais, que segue com bom desempenho frente ao elevado nível de emissões em renda fixa e IPOs.” A rentabilidade obtida no passado não representa garantia de resultados futuros.

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O Santander, segundo o estudo, inicia a temporada em 27/10, seguido pelo Itaú Unibanco em 3/11, Bradesco em 4/11 e Banco do Brasil em 8/11. “Esperamos que o Itaú apresente bons resultados vindo de um maior controle das despesas operacionais, fator que pode se tornar maior diferencial para o desempenho dos bancos neste e nos próximos resultados, principalmente em um período de alta inflação, que deve pressionar as despesas.” As informações, opiniões e estimativas contidas no presente material foram obtidas de fontes consideradas confiáveis pelo Banco Inter S.A. e este relatório foi preparado de maneira independente

Santander: custo do risco

O Santander, precisa manter seu elevado ROE, mas vem administrando seu índice de eficiência e atuando com aquisições constantes de startups em vários setores. O Banco do Brasil pode continuar sua trajetória de resultados positivos, mas estamos de olho nas despesas com provisões do banco, que devem ser maiores que a reportada no 2T21. De modo geral o tom é positivo e de recuperação na lucratividade dos bancos neste trimestre. “Nossa expectativa para o Santander é de lucro de R$ 4 bi com ROE de 20,3%. O resultado deve apresentar uma margem financeira positiva dado ao melhor mix de crédito do banco. Contudo, o custo do risco (PDD expandida) deve aumentar e buscar níveis pré-pandemia.”

Itaú: igual a 2T21

De acordo com o “Inter Research é esperado um resultado do Itaú bem em linha com o apresentado no 2T21, com lucro líquido de R$ 6,5 bi e ROE de 19%. A margem financeira deve crescer timidamente devido a pressão nas taxas médias com um mix de crédito que continua evoluindo em ramos de menores taxas. As despesas com provisões devem seguir avançando, em linha com o crescimento da carteira de crédito.

Também são esperados que o segmento de serviços e tarifas continue evoluindo influenciado pela recuperação nas receitas com cartões, seguros e com mercado de capitais e que alguma melhoria de eficiência com as implementações do modelo phydigital do banco, que ainda está em ramp up e deve trazer maior economia no longo prazo. “Por fim, nossa visão é positiva para o Itaú, que mesmo sem trazer os resultados da XP, deve mostrar recuperação em sua lucratividade.”

BB: surpresas positivas

A expectativa para o Banco do Brasil é de um lucro líquido de R$ 4,5 bi e ROE (Return On Equity – Retorno sobre Patrimônio) de 12,6%, um resultado levemente menor que o recorde trimestral registrado no 2T21, impactado por uma alta nas despesas com provisões, que devem voltar gradualmente a níveis normalizados e por uma maior taxa efetiva com impostos. “Podemos esperar surpresas positivas com o resultado com tesouraria e uma redução das despesas com risco legal e outras receitas como o resultado da Previ.

Em serviços, os resultados com cartões podem apresentar recuperação e com seguros também algum início de melhores resultados com a redução da sinistralidade em Vida e no ramo Rural. Por fim, nossa expectativa é positiva para o banco, que mesmo apresentando um resultado menor que o 2T21, tem conseguido trazer uma sustentabilidade nos números e um balanço sólido.”

Bradesco: ramo de seguros

Os analistas do Banco Inter também esperam um resultado positivo para o Bradesco, com lucro líquido de R$ 6,7 bi e ROE de 18,4%. O resultado pode ser guiado por uma melhora gradual no ramo de seguros, que ainda deve sentir impactos da pandemia, mas com quedas de sinistralidade no ramo de saúde e de vida que prejudicaram bem os resultados no 2T21.

Em crédito, o banco deve ter uma perfomance em linha com o mercado, com crescimento tímido na margem financeira e com PDDs seguindo o aumento da carteira. Anteveem melhores resultados com serviços, principalmente em cartões. As despesas operacionais controladas devem vir estáveis, seguindo efeitos do menor número de agências e com pessoal feitos no passado, mas pressionado pela inflação. De modo geral, nossa perspectiva é positiva para o banco.

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