O colunista pede licença a seus distintos (embora não numerosos) leitores para deixar de lado por 1 dia a economia e geopolítica, assuntos de que entende pouco, para ingressar no terreno da segurança pública, do qual sabe menos ainda. O fato é que o Rio de Janeiro, inicialmente a capital e depois outras cidades, sofreu nesta terça-feira com o confronto entre Estado e a bandidagem.
A questão é que o governador do Rio, Cláudio Castro, aproveitou a ação da polícia para entrar na ação política, ao dizer que não recebeu ajuda do Governo Federal – garantiu que solicitou apoio em outras 3 ocasiões e ficou no vácuo. (O Ministério da Justiça negou, garantindo que sempre atendeu aos pedidos do Rio).
Castro é campeão na modalidade “transferência de responsabilidade”: culpa os municípios, a União e – a preferida nos últimos tempos – a ADPF 635, a ADPF das Favelas, que está no Supremo. A disputa política que desmantelou a estrutura de segurança pública no Rio de Janeiro, a falta de controle das polícias, a expansão da milícia – inclusive nos meios políticos… nada disso aparece no discurso do governador.
Castro garante que é a maior operação policial no Rio. As ações nos complexos da Penha e do Alemão buscam abalar os principais territórios dominados pelo Comando Vermelho. Em 2010, no mesmo Complexo do Alemão, a instalação de Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) foi precedida por fuga em massa de traficantes, sem serem incomodados. Era o governo Sergio Cabral. Em junho de 2025, já com Castro no poder, cena semelhante, só que à noite e sem UPP, se repetiu na Rocinha.
Se a operação desta terça-feira terá efeito duradouro, só o tempo dirá. Certo é que a ação é a mais letal na história de confrontos no Rio de Janeiro.
A população, acossada pela bandidagem e punida pela falta de uma política de segurança, sofreu com atos de bandidos em toda a cidade e nos municípios vizinhos. Espera-se que não seja por uma ação improvisada ou, pior, por um movimento eleitoral de Castro.
Rápidas
O CCBB-RJ inaugura nesta quarta a exposição Manguezal, que reúne cerca de 50 obras de 25 artistas, entre eles Hélio Oiticica, Lasar Segall e Celeida Tostes. Em cartaz até 2 de fevereiro de 2026. Entrada gratuita *** A Universal Music Brasil firmou uma operação global com a Mucho Thanks, selo e hub criativo com bases no Brasil e em Miami, para desenvolvimento de um catálogo de música eletrônica com lançamentos a partir de 2026 *** Fertsan vai expor na Expo Cariri 2025, que acontece de quinta a sábado, em Barbalha (CE) *** De 30 de outubro a 30 de novembro, o Rio de Janeiro recebe a 30º edição da Restaurant Week. Mais de 90 estabelecimentos estão confirmados, com preços fixos que variam de R$ 59,90 a R$ 149,90. Esta edição homenageia a Itália *** Será nesta quinta e na sexta o Cont in Rio – Búzios, evento promovido pelo CRCRJ. Sérvulo Mendonça, presidente da Holding SM, abordará os principais riscos que podem comprometer a atuação contábil *** Nesta quinta-feira, a ABF Rio realiza a palestra “Consultoria de Campo – Desafios e Oportunidades”, ministrada por Adir Ribeiro, CEO e fundador da Praxis Business, na sede da entidade, na Barra da Tijuca *** A Fundação Biblioteca Nacional (FBN) prorrogou até 3 de novembro as inscrições para o Programa Nacional de Apoio à Pesquisa (PNAP), que oferece bolsas de R$ 3,1 mil/mês, durante 10 meses, para pesquisadores com doutorado nas áreas de Biblioteconomia, Ciência da Informação e Letras. Instruções aqui.
















