Aprendendo com os investidores

196

O diretor de Relações com Investidores da CSU CardSystem, empresa líder entre as processadoras independentes de meios eletrônicos de pagamentos e prestação de serviços de contact center, Décio Burd (foto) nunca havia atuado junto ao mercado financeiro. Mas a falta de experiência na área de RI foi compensada pelo excesso de experiência no segmento de cartões de crédito. Neste pouco tempo atuando como companhia aberta, a CSU conseguiu consolidar os resultados e tem se destacado pela comunicação com os investidores. “Quando fizemos a reestruturação para a empresa ingressar no mercado, a decisão foi por um RI que entendesse do negócio, mesmo sem experiência com atuação na comunicação com investidores. Está sendo uma experiência maravilhosa”, conta Burd.
A busca de Burd é por atuar como um RI pró-ativo. “Vou aos fundos, visito os investidores para mostrar os resultados. Uma companhia do tipo small cap precisa de uma atuação deste tipo. Nosso propósito é por dar a informação. Queremos dar a transparência e não só cumprir com as obrigações legais”, explica. Ele lembra que o mais importante é posicionar a empresa e dar sustentabilidade, de forma a prestar conta ao mercado, sejam de notícias boas ou ruins.
No momento, ele comemora a boa aceitação do mercado pela sua atuação como RI. “Não houve uma preparação prévia. Já entrei jogando. Foi uma tarefa quase missionária de fazer com que o mercado entendesse nosso modelo de negócio”, ressalta Burd. Outro desafio foi pela equalização das informações divulgadas com transparência. “Queremos criar valor para o acionista. A partir da decisão de investimento, procuramos o feed back do mercado. Fazemos um acompanhamento, diz. Na avaliação de Burd, ser RI significa mais do que cumprir com os requisitos legais: É buscar estar mais próximo do mercado.
Quando não está atuando junto aos investidores, Burd busca refúgio no interior de São Paulo. Ele gosta de ir a Atibaia relaxar. Seu espírito aventureiro fica evidente no hobbie predileto: motociclismo. “Não gosto de andar na cidade de motocicleta devido aos riscos de São Paulo, ando mais no interior”, diz. A sensação de estar na moto é definida por uma palavra: liberdade.

Novas bolhas?
Após o estouro da bolha imobiliária dos EUA, novas bolhas se formarão. Uma já se encontra em evidência dentre os analistas do mercado: a dos títulos do Tesouro dos EUA. No chamado “vôo para a qualidade”, investidores buscaram a salvação nestes papéis, tidos como o investimento mais seguro do mundo. Será? O déficit norte-americano está em tendência ascendente e o pacote de ajuda do governo amplia o problema, com a criação dos esqueletos fiscais. Ainda não é possível estimar o tamanho do salvamento e por isso a qualidade da dívida piora cada vez mais.
Mas, mesmo assim, os investidores continuam insistindo na qualidade dos títulos. A grande questão é: para onde correr? Segundo o Departamento do Tesouro norte-americano, as compras líquidas por estrangeiros de títulos de longo prazo dos EUA totalizaram US$ 5 bilhões em fevereiro, após vendas líquidas de US$ 54,7 bilhões no mês anterior. Os Treasuries são constantemente usados como referência para outros investimentos. Há um misto de tradição e liquidez nas decisões dos investidores em aplicar nestes títulos.
O primeiro lugar do ranking em investimentos nos títulos norte-americanos segue ocupado pela China, que elevou sua posição para US$ 744,2 bilhões em fevereiro, contra US$ 739,6 bilhões em janeiro. O Japão está em segundo lugar e aumentou sua posição para US$ 661,9 bilhões, de US$ 634,8 bilhões no mês anterior. O Reino Unido, que em janeiro ocupava o sexto lugar, foi superado pela Rússia, que aumentou sua posição em Treasuries para US$ 130,1 bilhões. Em sétimo, o Reino Unido aumentou sua posição para US$ 129,1 bilhões.
O terceiro lugar passou a ser ocupado por Centros Bancários no Caribe, que aumentaram sua posição em Treasuries para US$ 189,1 bilhões em fevereiro, ultrapassando os países exportadores de petróleo, que ficaram em quarto lugar com US$ 181,7 bilhões em títulos do Tesouro dos EUA. Já o Brasil voltou a diminuir sua posição em títulos do Tesouro dos EUA em fevereiro, para US$ 130,8 bilhões, mas manteve o quinto lugar no ranking dos maiores detentores deste bônus, conquistado em janeiro. De acordo com o Departamento do Tesouro dos EUA, em janeiro, o Brasil havia aumentado sua posição pela primeira vez depois de seis meses de redução, para US$ 133,5 bilhões.
A questão é que os investidores não têm como reduzir as exposições nos títulos norte-americanos rapidamente. Imagine se a China resolver tirar fora os US$ 744,2 bilhões investidos nos treasuries. O primeiro resultado seria a forte elevação da taxa de juros dos EUA, que provocaria um agravamento da recessão. Também levaria a uma desvalorização forte do dólar. Mas, calma! Não há interesse por parte da China de que haja uma desvalorização dos treasuries. Cada movimento, mesmo que pequeno, tem impacto grande no preço dos títulos. A decisão das economias tende a ser por um aumento da diversificação dos investimentos. Como ir para os títulos em euro ou iene não é a melhor opção, os países emergentes podem ser o alvo de uma nova bolha.

HSBC: economia fraca afeta qualidade dos ativos
A Moody”s Investors Service reafirmou a classificação dos riscos atribuídos ao HSBC Brasil, no entanto ressalva que o ambiente de crédito mais fraco e a desaceleração econômica do País devem afetar a qualidade dos ativos e a rentabilidade do banco em 2009, o que poderia exercer pressão sobre os indicadores de capital do banco, tradicionalmente fracos.
Ao mesmo tempo, agência de rating ressalta que o banco possui concentrações de crédito mais administráveis, dada a menor participação no segmento coorporativo, em comparação com outros bancos no mercado, e altos níveis de provisionamento. Esses fatores tendem a proteger o balanço patrimonial do HSBC de uma deterioração esperada nos segmentos de crédito corporativo e comercial em 2009.

Espaço Publicitáriocnseg

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui