De acordo com os números do último Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgados pelo IBGE, o setor de bares e restaurantes registrou uma inflação de 0,53% em dezembro, número abaixo do índice geral, que fechou em 0,56%. Alimentos e bebidas subiram mais que o dobro do registrado nos estabelecimentos: 1,11%. Os dados reforçam o levantamento mais recente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel): dos empreendedores entrevistados, cerca de 53% não conseguiram reajustar os preços conforme a inflação no último mês (22% reajustaram abaixo e 31% não alteraram seus preços). A pesquisa também apontou que 57% operaram sem lucro em novembro, com 23% realizando prejuízo e 34% ficando em equilíbrio.
Mesmo com a queda da inflação do setor de alimentação fora do lar, os números mostram que em termos relativos ficou mais atrativo consumir em bares e restaurantes. De acordo os dados divulgados, a alimentação em casa atingiu o índice de 1,34%, ou seja, também muito acima dos números registrados no setor de bares e restaurantes.
Ainda de acordo com a Abrasel, no acumulado do ano, o setor registrou aumento de 5,31%, ultrapassando os 4,62% do índice geral. Os números refletem uma recomposição dos preços por parte dos bares e restaurantes, que vêm traçando um caminho de reposição às perdas enfrentadas em virtude da pandemia.
Já estudo da Kantar mostra que o calorão previsto para os próximos meses e a economia mais favorável ao brasileiro devem aquecer as compras de bebidas durante o verão. O consumo fora de casa de bebidas vem se recuperando gradativamente dos impactos da pandemia. Entre o verão 2021/2022 e a estação 2022/2023, houve alta de 26% no gasto médio, passando de R$ 90 para R$ 113. Os destaques do aumento de consumo em unidades ficaram para os energéticos (64%) e a água mineral (37%). Os principais motivos para o consumo, por sua vez, foram sabor (47%) e matar a sede (17%).
Os responsáveis por impulsionar as compras da categoria foram os jovens adultos, entre 18 e 29 anos (41%), as classes A, B e C (15%) e os residentes da região Nordeste (20%). As aquisições foram feitas, sobretudo, nos hiper e supermercados (34%), com ambulantes (24%) e em bares (21%).
Dentro do lar, também se notou crescimento de 19% no gasto médio no período estudado pela Kantar, indo de R$ 183 para R$ 218. As bebidas em destaque foram os energéticos (41%) e os chás prontos (27%). A cesta de bebidas é bastante relevante no varejo eletrônico, em que 2 milhões de lares compraram as categorias no canal online no último verão (alta de 4% na comparação com a temporada 2021/2022).
As compras foram realizadas, principalmente, nos canais porta a porta (34%) e atacarejo (21%). Moradores da Região Metropolitana do Rio de Janeiro (26%), pessoas acima de 50 anos (14%) e classes A e B (12%) foram destaques em crescimento na comparação entre o verão 2022/2023 e o período anterior.
A expectativa para a temporada 2023/2024 é de que a categoria cresça 5% ou R$ 1 bilhão em faturamento.
















