Bares e restaurantes esperam faturar neste Carnaval até 20% a mais que em 2024

Apesar disso, 38% das empresas possuem pagamentos em atraso; levantamento revela tendências no setor

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Restaurante (Foto: Tânia Rêgo/ABr)
Restaurante (Foto: Tânia Rêgo/ABr)

De acordo com pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), 74% dos empresários planejam abrir durante o Carnaval deste ano, e 69% desses esperam um aumento no faturamento em relação a 2024. Para 59% dos entrevistados, o crescimento deve chegar a 20%, enquanto 10% apostam em resultados ainda mais expressivos, acima desse percentual.

A data, que neste ano, será em março, também pode beneficiar especialmente regiões turísticas, prolongando a temporada de alta movimentação em alguns estados. Essa perspectiva surge após um dezembro marcado por uma recuperação parcial no setor, quando 44% dos estabelecimentos operaram com lucro, 37% tiveram equilíbrio e apenas 18% registraram prejuízo, o menor índice em 12 meses. Naquele mês, 1% das empresas ainda não existiam.

A pesquisa da entidade também mostrou que 38% das empresas possuem pagamentos em atraso, sendo os impostos federais, encargos trabalhistas e contas de serviços públicos os mais citados. Essa realidade reflete desafios acumulados ao longo dos últimos anos, especialmente com a pandemia e o aumento no preço dos insumos.

No último mês, 74% dos empresários do setor conseguiram reajustar os valores do cardápio, sendo que 40% acompanharam o índice inflacionário, 23% ficaram abaixo dele e 11% optaram por aumentos superiores. Outros 26% não conseguiram implementar qualquer reajuste.

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Para o presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci, o otimismo do setor está alinhado ao cenário econômico mais favorável, marcado pelo aumento no número de empregos e alta do turismo no país.

“No ano passado, tivemos um dos melhores carnavais para o setor de alimentação fora do lar, com alta de 15% no faturamento. A expectativa é de que em 2025 os resultados sejam ainda melhores, impulsionados pelo maior poder de compra da população, pela redução do desemprego e pelo aumento do turismo, tanto doméstico quanto internacional”, destaca.

Apesar do otimismo, Solmucci ressalta que o Carnaval, apesar de importante, é apenas o começo de um ano com diversas oportunidades para o setor. “Embora a festa seja um bom ponto de partida, é essencial que os empresários vejam o Carnaval como uma preparação para um ano de crescimento contínuo. Aproveitar este momento para ajustar as finanças, atrair novos clientes e fortalecer os laços com os habituais é crucial para garantir um desempenho consistente nos meses seguintes”, conclui.

Além disso, levantamento da Alelo, em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) sobre o comportamento do emprego formal em supermercados e restaurantes no Brasil, com base nos microdados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), disponibilizados mensalmente pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), revelou um crescimento expressivo no período entre janeiro de 2020 e outubro de 2024: 18,4% nos vínculos formais em supermercados e 8,7% nos restaurantes.

Os estados mais beneficiados foram majoritariamente do Norte e Nordeste. Em supermercados, Roraima (51,1%), Amazonas (44,4%) e Paraíba (41,2%) lideraram o crescimento percentual. Já nos restaurantes, destacaram-se Amapá (49,6%), Roraima (41,8%) e Tocantins (39,3%). Esse avanço reflete o impacto positivo da expansão econômica nessas regiões, especialmente em atividades de comércio e turismo.

No total, São Paulo concentra o maior número de vínculos formais nos dois segmentos, respondendo por 27,6% dos empregos em supermercados e 31,0% em restaurantes, demonstrando a relevância contínua do Sudeste. Porém, estados menos populosos têm apresentado maior crescimento proporcional, indicando uma diversificação regional no mercado de trabalho.

O estudo também destacou que os trabalhadores admitidos em supermercados tiveram aumento real de 3% no salário médio entre 2020 e 2024, enquanto os de restaurantes tiveram um incremento de 0,3%, refletindo desafios setoriais.

Os números inéditos presentes nesse estudo foram apurados pela Fipe a partir dos microdados do Novo Caged, entre janeiro de 2020 e outubro de 2024 (dado mais recente). Para esse levantamento, foram selecionados dados e informações sobre os seguintes agrupamentos: (i) para supermercados, estabelecimentos e vínculos formais classificados nos códigos 47.11-3 da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) de comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios – hipermercados e supermercados; e 47.12-1 (comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios – minimercados, mercearias e armazéns); (ii) para restaurantes, adotou-se como referência o código 56.1 da CNAE (restaurantes e outros serviços de alimentação e bebidas).

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