Bares e restaurantes fecharam 2023 com 170 mil novos empregos

Crescimento foi de 3,3%, bem acima da média nacional, de 0,9%; estabelecimentos do Rio esperam faturar mais no Carnaval

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Garçom em restaurante (foto da Wikipedia, CC)
Garçom em restaurante (foto da Wikipedia, CC)

Mesmo com percalços ao longo do ano, a alimentação fora do lar esteve entre os setores que mais contrataram em 2023, com a criação de mais de 170 mil empregos novos durante o ano. O setor teve uma taxa de aumento de 3,3%, muito acima da média nacional de 0,9%, de acordo com dados recentes da PNAD contínua.

Com um total de cerca de 5,5 milhões de pessoas atualmente empregadas no setor segundo a PNAD – que avalia o setor de alojamento e alimentação, no qual bares e restaurantes perfazem 95% do volume de empregos, segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) -, o país aproxima-se do recorde estabelecido em 2019, quando havia 5,8 milhões de trabalhadores. O otimismo no setor é ainda mais reforçado pelo aumento dos empregos em carteira, medidos pelo Caged, com um crescimento de 5,89% no ano (índice também acima da média do país, que foi de 3,5%), resultando em um saldo positivo de 72 mil empregos adicionais em bares e restaurantes. Segundo os dados do Caged, mais de 1,3 milhões de pessoas estão atualmente empregadas com carteira assinada no setor.

Em dezembro, sem ajuste sazonal, o setor andou de lado, com um saldo de -0,3% na PNAD e de 0% no Caged. Mesmo assim, são números melhores do que outros setores, que tiveram queda principalmente nos empregos formais. A agropecuária teve queda de -3,02%, a construção caiu -2,85% e a indústria -1,29% no Caged no mês de dezembro.

“É importante destacar essa recuperação do emprego formal, em um setor que tem grande presença da informalidade. Foram mais de 72 mil empregos com carteira criados em 2023 no setor, um saldo muito positivo. Boa parte destes empregos estão concentrados nas empresas mais estruturadas, que têm no Perse, o programa de recuperação fiscal, um importante ponto de apoio neste momento. Por isso é preciso sensibilidade para preservar o programa e, por consequência, os empregos”, avalia Paulo Solmucci, presidente da associação.

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Pesquisa da Abrasel-RJ revela a expectativa otimista do setor no Carnaval de 2024. De acordo com o levantamento, feito entre os dias 15 e 22 de janeiro, 77% dos estabelecimentos do estado planejam operar durante o Carnaval. Dentre estes, 65% antecipam um aumento no faturamento em relação ao ano anterior, com uma média esperada de crescimento de 15%. Em contraste, 29% preveem um faturamento semelhante ao de 2023 e apenas 6% estimam uma redução nas receitas.

Segundo o estudo, 33% dos entrevistados consideram a data extremamente ou muito importante para o faturamento. Para outros 25%, a relevância é moderada, enquanto 18% a consideram pouco importante. Curiosamente, 24% dos empresários não veem o Carnaval como um período de impacto significativo nos seus rendimentos.

A pesquisa também reflete as dificuldades enfrentadas pelo setor em dezembro de 2023: 34% dos estabelecimentos reportaram prejuízo, um aumento de 10% em relação a novembro. Enquanto isso, 33% mantiveram-se no equilíbrio financeiro e 38% obtiveram lucro, uma redução de 4% em comparação com o mês anterior. O endividamento permanece uma preocupação: 44% das empresas têm dívidas em atraso, com impostos federais (70%), estaduais (44%) e empréstimos bancários (44%) sendo os mais comuns. Encargos trabalhistas e previdenciários, fornecedores de insumos, serviços públicos, aluguéis atrasados, taxas municipais e outros compõem o restante das dívidas.

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