Bares e restaurantes podem faturar até 10% a mais com Olimpíadas

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Restaurante self service (Foto: Marcello Casal Jr./ABr)
Restaurante self service (Foto: Marcello Casal Jr./ABr)

Segundo pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o rendimento dos bares e restaurantes pode aumentar até 10% a mais nas Olimpíadas, em comparação com uma semana “normal”. Em grandes eventos esportivos, como na Copa do Mundo do Catar, o faturamento do setor subiu 30% nos dias de jogos do Brasil.

Por outro lado, segundo a Federação dos Hotéis, Bares e Restaurantes do Estado de São Paulo (Fhoresp), a crise na economia do país deverá provocar baixa adesão de clientes nos bares e restaurantes durante as Olimpíadas, apesar dos preparativos para atrair o público nas modalidades nas quais o Brasil compete.

De acordo com a entidade, os principais estabelecimentos gastronômicos das cidades paulistas se prepararam para receber os consumidores durante a competição. Mesmo com poucas perspectivas de aumento no faturamento, bares e restaurantes adotaram algumas estratégias, como a instalação de mais aparelhos de TV para a transmissão em tempo real dos jogos.

O objetivo principal é seduzir para dentro do estabelecimento aqueles que gostam de aliar a paixão pelo Esporte com a diversão e a refeição fora de casa. O futebol, o vôlei, a ginástica, o surfe, o skate e o atletismo estão entre as competições que têm o maior potencial de atrair a clientela, segundo a Fhoresp.

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Outra forma de chamar a atenção dos consumidores, além do reforço na transmissão das competições, é a adoção de menu comemorativo, com alusão ao espírito olímpico. Muitos deles, segundo o diretor-executivo da Federação, Édson Pinto, remetem à França, sede das Olimpíadas:

“Outras nações que se destacam como potências do esporte na maior competição do gênero do mundo também são lembrados nos cardápios preparados especialmente para esta ocasião. Essa é uma forma de atrair o público”, complementa.

Mesmo com esse trabalho todo especial para chamar a atenção dos consumidores, não existe “grande empolgação” tanto do setor quanto dos próprios clientes, de acordo com Edson Pinto. Em sua avaliação, há um nível de desinteresse geral:

“A polarização política e os conflitos internacionais em escalada, além da crise na Economia no Brasil, podem ser algumas explicações para esse clima abaixo da expectativa. Há uma espécie de desânimo. O faturamento deve ficar dentro da normalidade até o fim dos jogos”.

Conforme reitera o diretor-executivo da Fhoresp, o atual momento econômico do Brasil contribui para a falta de empolgação da sociedade como um todo.

Um dos motivadores, segundo ele, diz respeito ao fim da expectativa de queda dos juros, que freia o consumo dos brasileiros, e, consequentemente, afeta o desempenho de bares e restaurantes.

Outro ponto apontado pelo dirigente da Federação é a tendência de alta da inflação ao longo do ano. Nos últimos 12 meses, de julho de 2023 a junho de 2024, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado alcançou 4,23%:

“Este desempenho afeta diretamente os custos dos estabelecimentos, que precisam absorver uma parte para manter a clientela”, observa.

E para o próximo Dia dos Pais, pesquisa da Abrasel-RJ realizada entre os dias 22 e 29 de julho com empresários de todo o estado aponta que 67% dos donos de estabelecimentos esperam um aumento nas vendas em comparação ao mesmo período do ano passado, com 51% antecipando um crescimento de até 20%.

O levantamento também revela que, em comparação com um domingo comum, 45% dos empresários projetam um aumento de até 20% nas vendas para o Dia dos Pais, evidenciando a importância dessa data comemorativa para o setor.

Apesar das expectativas positivas para o Dia dos Pais, o setor ainda enfrenta desafios significativos. Em junho, 59% das empresas não conseguiram gerar lucro: 35% registraram prejuízos, enquanto 24% apenas alcançaram o equilíbrio financeiro. Apenas 41% dos negócios reportaram lucro durante esse período.

O endividamento continua a ser um problema para muitos estabelecimentos. De acordo com a pesquisa, 34% das empresas estão lidando com dívidas em atraso. Entre essas, 71% devem impostos federais, 50% estão atrasados com impostos estaduais, 46% com débitos de aluguel, 42% com empréstimos bancários, 33% com encargos trabalhistas e previdenciários, e 33% com taxas municipais. Além disso, 29% têm dívidas com serviços públicos, 21% devem a fornecedores de insumos e 8% a fornecedores de equipamentos e serviços. Uma pequena parcela, 4%, está em atraso com pagamentos a empregados.

Mesmo assim, empresários de bares e restaurantes da Região Metropolitana e dos Lagos estão animados com a proximidade da data: a previsão é de alta de 15% no faturamento em relação ao mesmo período de 2024. A última pesquisa da Abrasel indicou que o setor de alimentação fora do lar está otimista com a data.

A expectativa positiva da Abrasel Leste Fluminense confirma pesquisa nacional que mostra que 79% dos empresários esperam faturar mais nessa data do que em 2024. A maioria dos empresários que abrirão no Dia dos Pais tem expectativa de desempenho melhor neste ano em comparação ao ano passado. Para 65% o aumento deve ser de até 20% em relação ao ano passado.

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