O prazo final para adesão ao Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) é hoje (sexta-feira, 2). Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes Abrasel, “esta é a última oportunidade para bares e restaurantes se beneficiarem de uma redução de carga tributária e melhoria no fluxo de caixa.”
A adesão é obrigatória mesmo para as empresas que já se beneficiaram da primeira fase do programa. Para os casos em que os empreendedores enfrentem alguma restrição, a Abrasel recomenda que seja feita a adesão mesmo assim e, caso haja erro ou recusa na tela de cadastro, que seja tirado um print da tela, de forma que seja utilizada para eventual ação judicial.
Criado para apoiar a recuperação do setor de eventos e alimentação fora do lar durante a pandemia, o Perse proporciona alívio fiscal e condições favoráveis para a retomada econômica dos negócios. O programa abrange empresas do setor de alimentação fora do lar que possuíam CNAE principal ou atividade preponderante em 18 de março de 2022, incluindo restaurantes, bares e similares.
Segundo a Federação dos Hotéis, Bares e Restaurantes do Estado de São Paulo (Fhoresp), a crise na economia do país deverá provocar baixa adesão de clientes nos bares e restaurantes durante as Olimpíadas, apesar dos preparativos para atrair o público nas modalidades nas quais o Brasil compete.
De acordo com a entidade, os principais estabelecimentos gastronômicos das cidades paulistas se prepararam para receber os consumidores durante a competição. Mesmo com poucas perspectivas de aumento no faturamento, bares e restaurantes adotaram algumas estratégias, como a instalação de mais aparelhos de tevê para a transmissão em tempo real dos jogos.
O objetivo principal é seduzir para dentro do estabelecimento aqueles que gostam de aliar a paixão pelo Esporte com a diversão e a refeição fora de casa. O futebol, o vôlei, a ginástica, o surfe, o skate e o atletismo estão entre as competições que têm o maior potencial de atrair a clientela, segundo a Fhoresp.
Outra forma de chamar a atenção dos consumidores, além do reforço na transmissão das competições, é a adoção de menu comemorativo, com alusão ao espírito olímpico.
Não existe “grande empolgação” tanto do setor quanto dos próprios clientes, de acordo com Edson Pinto, diretor-executivo da federação. Em sua avaliação, há um nível de desinteresse geral:
“A polarização política e os conflitos internacionais em escalada, além da crise na Economia no Brasil, podem ser algumas explicações para esse clima abaixo da expectativa. Há uma espécie de desânimo”, pontua.
Conforme reitera o diretor-executivo da Fhoresp, o atual momento econômico do Brasil contribui para a falta de empolgação da sociedade como um todo. Um dos motivadores, segundo Edson Pinto, diz respeito ao fim da expectativa de queda dos juros, que freia o consumo dos brasileiros, e, consequentemente, afeta o desempenho de bares e restaurantes.
Outro ponto apontado pelo dirigente é a tendência de alta da inflação ao longo do ano. Nos últimos 12 meses, de julho de 2023 a junho de 2024, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado alcançou 4,23%:
“Este desempenho afeta diretamente os custos dos estabelecimentos, que precisam absorver uma parte para manter a clientela”, observa.