Barômetros econômicos globais deixam recuperação em dúvida

229
Fundação Getulio Vargas (Foto: divulgação)
Fundação Getulio Vargas (Foto: divulgação)

Os resultados do Barômetros Globais da Economia refletem, em fevereiro, as dúvidas com relação à velocidade possível de recuperação da economia mundial no primeiro semestre de 2021 e uma grande heterogeneidade entre as regiões. “O Barômetro Coincidente sobe com menor intensidade do que no mês anterior enquanto o Barômetro Antecedente recua e se aproxima do nível de neutralidade”, cita a Fundação Getulio Vargas que divulgou nesta quarta-feira (10) o que anda acontecendo pelo mundo devido a pandemia.

O Barômetro Global Coincidente sobe 1,3 ponto em fevereiro, de 96,3 pontos para 97,6 pontos. O Barômetro Global Antecedente cai 6,9 pontos, para 104,1 pontos. No horizonte Coincidente, apenas a região da Ásia, Pacífico & África evolui favoravelmente, enquanto as regiões da Europa e Hemisfério Ocidental contribuem de forma negativa para o resultado. No Barômetro Antecedente, o Hemisfério Ocidental caminhou na contramão das demais regiões e contribui de forma ligeiramente positiva para o resultado agregado.

“Apesar do resultado positivo vindo da região da Ásia, Pacífico e África, nas demais regiões o avanço da pandemia acarretou o endurecimento das condições de isolamento social e, em consequência, da desaceleração de suas contribuições para o Barômetro Coincidente”, explica Paulo Picchetti, pesquisador do FGV Ibre.

“Em termos dos setores, as variações positivas de curto prazo decorrem da baixa base de comparação enquanto a indústria, que vinha recuperando em maior intensidade, voltou a registrar variação negativa na margem. Todos os setores e regiões, excetuando o Hemisfério Ocidental, contribuíram negativamente para o Barômetro Antecedente, evidenciando os desafios para que o processo de imunização cumpra seu objetivo dentro do horizonte de planejamento dos próximos meses”, avalia Picchetti.

Espaço Publicitáriocnseg

A região da Ásia, Pacífico & África contribui em 2,1 pontos para a alta do Barômetro Global Coincidente em fevereiro, enquanto o Hemisfério Ocidental e a Europa contribuem negativamente em 0,5 e 0,3 ponto, respectivamente. As dificuldades encontradas nas campanhas de imunização ocorrendo em paralelo à chegada de mutações ainda mais infecciosas da Covid-19 podem ter influenciado no resultado das duas últimas regiões. O gráfico no press release ilustra a contribuição de cada região para a distância do Barômetro Coincidente em relação ao nível médio histórico de 100 pontos.

Entre os cinco setores da pesquisa, os setores do Comércio, Serviços e o conjunto de variáveis que refletem a evolução das economias em nível agregado (Desenvolvimento Econômico Geral) contribuíram positivamente para o resultado, enquanto os demais setores caminharam em sentido oposto. A maior contribuição positiva veio do Comércio e a maior contribuição negativa, da Indústria.

O Barômetro Antecedente Global antecipa os ciclos das taxas de crescimento mundial em três a seis meses. Em fevereiro, a região da Ásia, Pacífico & África foi responsável por 70% da queda do indicador agregado, seguida da Europa, que contribui negativamente com 2,2 pontos, ou 32%. Os resultados refletem as incertezas sobre a velocidade de recuperação dos países frente ao desafio da imunização global e controle da pandemia. O Hemisfério Ocidental contribui em sentido oposto ao das demais regiões, agora de forma ligeiramente positiva no mês.

Todos os Barômetros Antecedentes Setoriais recuaram no mês. O conjunto de variáveis que refletem a evolução das economias em nível agregado (Desenvolvimento Econômico Geral) e a Indústria continuam sendo os setores mais otimistas (com 111,1 e 110,0 pts., respectivamente), apesar de este último ter registrado a maior queda entre os setores no mês. O segundo maior recuo entre os Barômetros Setoriais veio do setor de Serviços, que ainda não conseguiu recuperar as perdas com a pandemia.

Segundo a FGV, em fevereiro, todos os Barômetros Antecedentes setoriais contribuíram negativamente para o resultado agregado. A Indústria contribui com 4,6 pontos para a queda do indicador geral. Os demais setores contribuíram entre 0,2 e 0,8 ponto para o resultado agregado.

Leia mais:

ANP lança painel com dados de seus canais de atendimento

Ações do Itaú e do Bradesco são boas opções de longo prazo

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui