Barroso conversa com Lula e com a PF após atentado terrorista

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Veículo carregado de fogos de artifício que explodiu
Veículo carregado de fogos de artifício que explodiu (Foto PM-DF)

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, conversou por telefone nesta quarta-feira com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre as explosões ocorridas na frente da sede do tribunal. Os detalhes da conversa não foram divulgados pelo Supremo.

Segundo a assessoria de imprensa da Corte, Barroso também falou com o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, e com a governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão.

As explosões ocorreram por volta das 19h30. No momento, advogados e autoridades que participaram do julgamento do processo que trata da letalidade das operações policiais no Rio de Janeiro deixavam o plenário da Corte.

Em nota, o STF disse que foram “ouvidos dois fortes estrondos ao final da sessão e os ministros foram retirados do prédio com segurança”. “Os servidores e colaboradores também foram retirados por medida de cautela”, acrescenta.

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O público ficou assustado com o barulho das explosões e foi retirado do Supremo pelo subsolo. Em seguida, o edifício-sede foi evacuado e interditado. Os ministros foram retirados em segurança.

Pelas redes sociais, o ministro Flávio Dino disse que a “Justiça segue firme e serena”. “Orgulho de servir ao Brasil na Casa da Constituição: O Supremo Tribunal Federal”.

 As sessões plenárias da Câmara dos Deputados e do Senado Federal também foram encerradas logo após as explosões.

Homem-Bomba

O carro envolvido na explosão ocorrida na noite desta quarta-feira, em frente ao STF pertence a  Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiu França, de Rio do Sul (SC), e foi candidato a vereador pelo PL nas eleições municipais de 2020 e não se elegeu (ele teve 98 votos). A identidade do corpo encontrado próximo ao local da explosão ainda não foi confirmada, mas a família reconheceu o carro pelas imagens da televisão. Segundo a Polícia Civil, ele alugou uma casa em Ceilândia (DF), dias atrás.

Corpo do homem bomba em frente ao STF
Corpo do homem bomba em frente ao STF (Foto: Bruno Peres/Agencia Brasil)

A reportagem da Agência Brasil entrou em contato com familiares de Tiu França, em Rio do Sul, que confirmaram que o filho dele recebeu uma ligação sobre um acidente sofrido pelo pai em Brasília.

Explosão

Antes da explosão em frente ao STF, o homem tentou entrar no prédio. Ele jogou um explosivo embaixo da marquise do edifício, mostrou que tinha artefatos presos ao corpo a um vigilante, deitou-se no chão e acionou um segundo explosivo na nuca.

De acordo com Layana Costa, prestadora de serviços do Tribunal de Contas da União (TCU), e testemunha dos atentados, ela viu o homem que carregava as bombas passando pelas pessoas que estavam em um ponto de ônibus em frente ao palácio do STF. “Ele chegou à praça dos Três Poderes e arremessou a primeira bomba na Estátua da Justiça. A segunda explodiu com ele”, declarou.

Segundo a testemunha, o terrorista chegou a interagir com as pessoas antes de cometer o ato. “Ele simplesmente passou, deu um “joinha”, não prestei atenção. Ele andou mais ou menos uns 30 ou 40 segundos, e a gente ouviu o primeiro barulho. A gente virou, e simplesmente eles [seguranças] vieram. Ele jogou na estátua, estava em pé, e na segunda bomba ele caiu. Foi ele que explodiu”, disse.

Policiais militares fizeram uma varredura na Praça dos Três Poderes após duas explosões terem ocorrido perto do prédio do STF. O acesso de pedestres e carros à Esplanada dos Ministérios foi fechado em decorrência das explosões, que ocorreram por volta das 19h30. 

Em entrevista coletiva no final da noite, a governadora em exercício, Celina Leão, disse que o corpo ainda não foi periciado, por isso não tem como confirmar a identidade dele. 

O secretário executivo de Segurança Pública, Alexandre Rabelo Patury, reforçou que não há como fazer ligação entre o carro que explodiu e o corpo encontrado no local. “Não dá para fazer nenhuma ilação neste momento. O corpo não foi periciado, ainda não foi nem acessado. Ainda não podemos certificar a identidade do corpo”.

Uma varredura no perímetro ao redor do Palácio do Planalto, realizada por agentes do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), não encontrou explosivos nem outra ameaça à segurança da sede presidencial. A informação é do general Marco Antonio Amaro do Santos, ministro-chefe do GSI, que acompanhou uma inspeção no Planalto, horas após as explosões que resultaram na morte de um homem, na Praça dos Três Poderes, no que está sendo tratado, de forma preliminar, como um atentado.    

“Foi feito o reforço no perímetro, foi feito uma varredura externa, está sendo feita uma varredura interna, nada encontrado”, afirmou o ministro. Já o Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar do DF faz uma varredura mais ampla em todo o perímetro da Praça dos Três Poderes para identificar possíveis outras ameaças, mas nada foi encontrado até a última atualização. 

Com informações do G1, da Agência Brasil e do Tempo.

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