Barroso defende regulamentação de redes sociais

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Luís Roberto Barroso (Foto: José Cruz/ABr)
Luís Roberto Barroso (Foto: José Cruz/ABr)

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, voltou hoje a defender a regulamentação de plataformas digitais de modo a combater “desinformações que comprometem a democracia”.

“Precisamos enfrentar a desinformação, sobretudo quando ela ofereça grave risco para a democracia ou para a saúde”, disse o ministro, citando como exemplo a live em que o presidente Jair Bolsonaro relacionou a vacina contra a Covid-19 à aids. A transmissão foi retirada do ar ontem pelo Facebook.

Barroso defendeu ser “preciso ter algum tipo de controle de comportamentos, conteúdos ilícitos e da desinformação que ofereça perigos para valores caros da sociedade como a saúde e a democracia”.

As declarações do ministro foram dadas durante a mesa de abertura de seminário internacional sobre desinformações e eleições, realizado pelo TSE. O evento é transmitido ao vivo pelo canal do tribunal eleitoral no YouTube e segue até as 18h.

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O professor Lawrence Lessig, da Escola de Direito de Harvard, uma das vozes mais proeminentes a favor da regulação das redes sociais, fez um alerta sobre o modo que a inteligência artificial dos algoritmos das plataformas pode manipular os debates entre usuários de modo a potencializar conflitos. Segundo Lessig, isso ocorre porque a polarização e o antagonismo são um dos meios mais eficazes de maximizar o engajamento dos usuários nas redes sociais e, consequentemente, favorecer os negócios e aumentar o lucro dessas plataformas.

“A melhor estratégia do capitalismo de vigilância é adotar uma política de ódio. Eles lucram mais quanto mais polarizado e ignorante o público é; quanto mais raivosos, emocionais, quanto mais falsas as crenças, mais engajamento haverá”, alertou.

Longe de ser uma especulação, o resultado dessa manipulação pode ser observado no mundo real, acrescentou Lessig, que citou como exemplo a invasão ao Capitólio, em Washington, que teve como impulso teorias disseminadas online sobre fraudes na eleição presidencial deste ano dos EUA, em janeiro.

Além disso, Relatório de Phishing de Marca (Brand Phishing Report) da Check Point Research (CPR) referente ao período de julho, agosto e setembro de 2021 apontou que as redes sociais são um dos principais alvos dos cibercriminosos em tentativas de phishing.

No terceiro trimestre de 2021, a Microsoft continuou seu “reinado” como a marca mais frequentemente visada pelos cibercriminosos, embora em uma taxa ligeiramente inferior ao relatório anterior. De todas as tentativas de phishing de marca, 29% foram relacionadas a esse gigante da tecnologia, contra 45% no segundo trimestre de 2021, pois os atacantes continuam direcionando os ataques para a força de trabalho distribuída e vulnerável durante a pandemia. A marca Amazon substituiu a DHL na segunda posição, respondendo por 13% de todas as tentativas de phishing contra 11% no trimestre anterior, à medida que os cibercriminosos procuram tirar proveito das compras online em períodos que antecedem celebrações de final de ano e a temporada de férias.

O relatório também apontou que, pela primeira vez neste ano, as redes sociais estavam entre os três principais setores a serem imitados nas tentativas de ataques de phishing com WhatsApp, LinkedIn e Facebook aparecendo na lista das 10 marcas mais imitadas.

Em um ataque de phishing de marca, os cibercriminosos tentam imitar o site oficial de uma marca conhecida usando um nome de domínio ou URL e design de página da web semelhantes ao site original. O link para o site falso pode ser enviado às vítimas por e-mail ou mensagem de texto, e o usuário pode ser redirecionado durante a navegação na web ou pode ser acionado por um aplicativo móvel fraudulento. O site falso geralmente contém um formulário destinado a roubar as credenciais dos usuários, detalhes de pagamento ou outras informações pessoais.

 

Com informações da Agência Brasil

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