O governador de Minas, Itamar Franco, parece estar declarando guerra à corrupção. Ele defendeu o uso das Forças Armadas para combater o problema que grassa no governo federal. “As Forças Armadas poderiam nos ajudar nesse processo contra a corrupção que aí está”, disse Itamar, durante palestra realizada hoje na Associação Comercial do Paraná. Depois, amenizou: “Falei das Forças Armadas não no sentido institucional, mas da participação delas por meio de seus clubes, o Naval e o Militar, por exemplo, nas discussões sobre o problema.”
Na palestra, cujo tema era a privatização do setor elétrico no país, Itamar afirmou que a venda de estatais tem “servido de biombo a negócios escusos e à corrupção no Brasil”. E voltando ao teatro de guerra, disse que lutará até o fim contra a privatização total da Cemig. “Lá em Minas, só se usarem as Forças Armadas para desestatizar a Cemig”, bradou.
Perdão
Itamar Franco não deixou de alfinetar o presidente FH, se penitenciando por tê-lo chamado para ser ministro de seu governo: “Errei, confesso que errei; acreditei no Fernando Henrique. Toda noite, quando vou dormir, rezo e peço perdão a Deus”, ironizou.
Boa vontade
A súbita coincidência da descoberta feita por um “jornalão” de supostas irregularidades na LBV com o mar de lama que exala de Brasília pode ser mero acaso, mas parece que, desta vez, até a Velhinha de Taubaté está desconfiada.
Água
Começa amanhã, no Palácio Guanabara, um seminário adequado a este momento de poucas chuvas e reservatórios secos: “Hidrologia, regionalização de vazões e chuvas intensas: evolução do conhecimento sobre recursos hídricos no Estado do Rio de Janeiro”. O Departamento de Recursos Minerais (DRM-RJ) e o Serviço Geológico do Brasil estarão apresentando trabalhos que poderão ser usados como instrumentos para gestão no setor. O evento é organizado pela Secretaria estadual de Energia, Indústria Naval e Petróleo, pelo Ministério das Minas e Energia, pelo DRM-RJ e pelo Serviço Geológico do Brasil.
Auto-explicável
A queda de Ricardo Murhpy do Ministério da Economia da Argentina menos de 15 dias depois da posse fez jus à lei que leva o seu nome: quando tudo tem de dar errado, dá errado mesmo.
Sem limite
Além do péssimo retrospecto na privatização das telecomunicações e da siderurgia, o BNDES acrescentou uma preocupação àqueles que temem pelo destino de Furnas. Quem está tomando a frente do assunto no banco é uma pessoa que goza de baixo conceito técnico junto a colegas do setor de energia, sendo mais conhecido por suas idéias pitorescas. Isso pôde ser constatado em reunião em Brasília, esta semana, convocada pelo deputado Aécio Neves (PSDB-MG), presidente da Câmara. Presentes representantes de Furnas, do BNDES e especialistas do setor, todos ouviram perplexos inusitada defesa da privatização da empresa. Trilhando esse caminho, a geração de energia no Brasil vai para o brejo.
União
O presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, defendeu uma chapa formada por Ciro Gomes (PPS) e pelo governador de Minas Gerais, Itamar Franco (PMDB), para concorrer à presidência em 2002. De acordo com Brizola, o PT e o líder petista Luiz Inácio Lula da Silva deveriam abrir mão da candidatura e ingressar nessa unidade. “Eu juntaria as candidaturas de Ciro Gomes e Itamar Franco, porque é preciso unir forças para poder vencer o poder do governo, o poder representado pela chamada equipe econômica.” Brizola não especificou quem seria o cabeça da chapa.