Banco Central: atividade econômica brasileira cresceu 0,2% em abril

Em 12 meses, indicador foi positivo em 4%; para analista, indicador avançou acima da expectativa do mercado, mas demonstra desaceleração em relação à variação de março

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Banco Central (Foto: ABr/arquivo)
Banco Central (Foto: ABr/arquivo)

Pelo quarto mês seguido, a atividade econômica brasileira apresentou alta, de acordo com informações divulgadas nesta segunda-feira pelo Banco Central. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) subiu 0,2% em abril em relação ao mês anterior, considerando os dados dessazonalizados.

Na comparação com abril de 2024, houve crescimento de 2,5%, sem ajuste para o período, já que a comparação é entre meses iguais. No acumulado do ano, o indicador ficou positivo em 3,5% e, em 12 meses, registrou aumento de 4%.

O IBC-Br é uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica do país e ajuda o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC a tomar decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic, definida atualmente em 14,75% ao ano. O índice incorpora informações sobre o nível de atividade de setores da economia – indústria, comércio e serviços e agropecuária -, além do volume de impostos.

Em maio, a inflação oficial fechou em 0,26%, puxada, principalmente, pelo grupo da habitação, seguido da alta na energia elétrica residencial. O resultado mostra desaceleração após o IPCA ter marcado 0,46% em abril.

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No acumulado em 12 meses, o índice divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) soma 5,32%.

A alta do preço dos alimentos e da energia e as incertezas em torno da economia global fizeram o BC aumentar mais uma vez os juros em 0,5 ponto percentual na última reunião, em maio, no sexto aumento seguido da Selic em um ciclo de contração na política monetária.

Em comunicado, o Copom não deu pistas sobre o que deve ocorrer na próxima reunião, a ser realizada nesta semana. O colegiado afirmou, apenas, que o clima de incerteza permanece alto e exigirá prudência da autoridade monetária, tanto em eventuais aumentos futuros como no período em que a Selic deve ficar em 14,75% ao ano.

Puxada pela agropecuária, no primeiro trimestre de 2025 a economia brasileira cresceu 1,4%, segundo o IBGE.

Em 2024, a economia brasileira cresceu 3,4%. O resultado representa o quarto ano seguido de crescimento, sendo a maior expansão desde 2021, quando o PIB alcançou 4,8%.

Para a Sara Paixão, analista de Macroeconomia da InvestSmart XP, “o IBC-Br avançou 0,2% em abril, acima da expectativa do mercado, mas demonstrando uma desaceleração em relação à variação de 0,8% em março.”

“Os dados de atividade econômica são um importante indicativo para o Copom, que divulgará a decisão para taxa Selic na quarta-feira. No último comunicado, o comitê sinalizou como risco baixista a preocupação com uma redução na atividade econômica muito mais forte do que o previsto, em decorrência, principalmente, de fatores externos, como a guerra comercial nos EUA. Porém, os últimos dados de atividade econômica e mercado de trabalho reduzem esse temor, o que corrobora para expectativa de mais um aumento de 0,25% essa quarta, conforme esperado pelo mercado.”

Ainda segundo ela, “a abertura do IBC-Br mostra uma queda de -0,9% na agropecuária, que subiu 1% em março e na base anual continua sendo destaque, com crescimento de 18%, influenciado pela super safra. Já a indústria apresentou queda de -1,1% no mês e serviços alta de 0,4%. Lembrando que o viés do mercado para o PIB durante esse ano continua altista, uma vez que os estímulos ao crédito e ao consumo implementados pelo governo tendem a influenciar positivamente a renda real da população, o que explica a revisão do Boletim Focus divulgado hoje para o PIB de 2,18% para 2,20%.”

Com informações da Agência Brasil

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