BC: concentração bancária está caindo

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Edifício sede do Banco Central do Brasil. Fotos produzidas pelo Senado
Edifício sede do Banco Central do Brasil. Fotos produzidas pelo Senado

Mesmo apresentando um recuo de 1,9 ponto percentual na concentração de empréstimos em cinco bancos, que passou de 83,7% em 2019 para 80% em 2020, o Relatório de Economia Bancária divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central (BC) destc que a redução da concentração no Sistema Financeiro Nacional (SFN) vem ocorrendo nos últimos anos. Essa redução envolve os segmentos bancário e não bancário e os três agregados contábeis considerados (ativo total, depósito total e operações de crédito).

Segundo os dados, 81,8% dos empréstimos foram concedidos pelos cinco bancos. Isso quer dizer que, de cada R$ 10 emprestados, R$ 8,18 eram financiados pela Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil (BB), Santander e Caixa Econômica Federal.

O relatório, que é publicado anualmente tratando de um amplo espectro de questões envolvendo o SFN e às relações entre instituições e seus clientes, informa que “nesta edição são apresentadas as principais repercussões da pandemia da Covid-19 no SFN e das medidas adotadas para o combate de seus efeitos que deram liquidez aos bancos e possibilitaram o expressivo crescimento do crédito e a manutenção da inadimplência em níveis baixos”.

Também traz atualização da decomposição do custo do crédito e do spread bancário, que apresentaram queda significativa em 2020, mostrando o papel da redução do custo de captação e da inadimplência.

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Os diretores de Política Econômica, Fabio Kanczuk, e de Organização do Sistema Financeiro e Resolução, João Manoel Pinho de Mello, fizeram apresentação destacando os principais temas abordados no relatório. O documento aborda o estágio atual de implementação do Sandbox regulatório e do open banking, dois projetos relevantes para construção do sistema financeiro do futuro, destacando os seguintes aspectos: definição dos principais requisitos do open banking, tais como os participantes obrigatórios e voluntários; escopo mínimo de dados e serviços a serem compartilhados; jornada do cliente (os processos de consentimento, autenticação e confirmação); e as responsabilidades dos participantes, além dos padrões tecnológicos e requisitos mínimos de segurança, entre outros

O modo de funcionamento do Sandbox Regulatório e os requisitos regulatórios que deverão ser observados por seus participantes, em especial quanto às regras de prevenção à lavagem de dinheiro e de combate ao financiamento do terrorismo e às normas sobre atendimento de reclamações realizadas por seus clientes e usuários.

Agenda BC#

O relatório também destaca a Agenda BC#, agenda de trabalho do BC composta por dimensões e ações estratégicas, que tem como fundamento a promoção da democratização financeira. “A principal mudança na Agenda BC# em 2020 foi a inclusão de uma nova dimensão: Sustentabilidade”, destacou o relatório.

A nova dimensão reconhece a importância da Sustentabilidade na economia e no SFN e nasce com o objetivo de responder a diversas transformações estruturais na economia. Essa dimensão trata da promoção de finanças sustentáveis, do gerenciamento adequado dos riscos socioambientais e climáticos na economia e no SFN; além de integrar variáveis sustentáveis no processo de tomada de decisões do BC. Entre as ações da Agenda BC# concluídas em 2020, merece destaque a implementação do Pix, a autorização para cooperativas de crédito emitirem Letras de Crédito Imobiliário (LCI); o início da implementação do Sistema Financeiro Aberto (Open Banking) e a regulamentação do primeiro ciclo do Sandbox regulatório.

Mercado de crédito

O relatório aponta as expectativas para o mercado de crédito para 2021 oriundas da Pesquisa Trimestral de Condições de Crédito (PTC), bem como um conjunto de boxes abordando diversas temáticas, como os impactos da limitação da taxa de juros no cheque especial, os efeitos do Cadastro Positivo, a evolução das fintechs – em especial as Sociedades de Crédito Direto (SCDs), as Sociedades de Empréstimo entre Pessoas (SEPs) e as Instituições de Pagamento (IPs) –, o desempenho do Pix, a concorrência bancária em mercados regionais, a evolução do custo de mudança de banco, a portabilidade de crédito, o cooperativismo de crédito, o microcrédito, o financiamento de empresas nacionais no exterior, o investimento estrangeiro no Brasil, as modernizações e inovações no mercado cambial, dentre outros temas.

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