O Comitê de Política Monetária (Copom) define nesta quarta-feira a nova taxa de juros da economia. A reunião começou nesta terça-feira (18). O mercado financeiro acena como certa a elevação da taxa Selic em 1 ponto percentual, passando dos atuais 13,25% para 14,25% ao ano. O cenário é de inflação persistente e atividade econômica aquecida, reforçando uma política monetária mais contracionista, como citou a última ata do Copom – sobre a reunião de janeiro.
As expectativas sobre essa elevação da Selic são comentadas por vários analistas. Alison Correia, analista de investimentos e sócio-fundador da Dom Investimentos, diz que o mercado já precificou a alta da Selic, mas a grande expectativa está no comunicado que será divulgado pelo Banco Central.
“Temos uma semana com decisões bem importantes quanto aos juros tanto no Brasil como no cenário externo. Por aqui, os investidores estão atentos não somente em relação à decisão de alta da Selic em 1%, que já é amplamente esperada e deve causar zero surpresa, mas sim, principalmente, em relação ao comunicado que será divulgado na sequência para se entender melhor os possíveis passos da política monetária nos próximos meses”, ressalta.
Correia observa que a inflação está menos pior, pelo menos devido aos últimos dados que saíram: “Mas ainda isso é muito precoce para qualquer tipo de alteração na decisão dessa próxima quarta. Então por enquanto a gente continua com a mesma expectativa de alta para a taxa de juros aqui e que a ponta final seja em dezembro na casa dos 15%. Então, por enquanto, está longe de cogitação a gente poder ter cortes neste ano”.
Ana Paula Carvalho, planejadora financeira e sócia da AVG Capital, destaca que a alta de 1 ponto percentual confirma um movimento indicado pelo próprio Copom em comunicado anterior em que já indicou duas altas do mesmo patamar. Em relação aos investimentos, ela avalia que ativos ligados ao IPCA ainda são interessantes, especialmente para prazos mais longos.
Jeff Patzlaff, planejador financeiro e especialista em investimentos, acredita que a decisão do Copom reflete a necessidade de conter a inflação. Ele ainda avalia que investimentos de renda fixa tendem a se tornar mais atrativos, especialmente aqueles atrelados à taxa Selic ou ao CDI, como o Tesouro Selic, CDBs e LCIs e LCAs.
Para o curto prazo, Andressa Bergamo, especialista em mercado de capitais e sócia-fundadora da AVG Capital, acredita que o ideal são os CDBs pós fixados, além do Tesouro Selic, que acompanha o CDI e até mesmo os fundos de renda fixa com composição de ativos pós fixados. “Esses produtos são mais vantajosos para curto prazo porque evitam perdas com marcação a mercado e garantem um retorno previsível, acompanhando os juros da economia. Já entre os títulos atrelados ao IPCA, o ideal é algum título com prazo mais longo, pois esses ativos são mais vantajosos quando mantidos até o vencimento ou em cenários de alta inflação”, diz.