O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) se reúne na próxima terça-feira, 31 de outubro, para decidir sobre a taxa Selic. De acordo com o Paraná Banco Investimentos, a taxa terá mais uma redução de 0,50 p.p., passando para 12,25%, em linha com o comunicado da última reunião realizada em 20 de setembro.
Segundo Pedro Oliveira, tesoureiro do Paraná Banco Investimentos, “o comitê deve destacar a piora no cenário internacional, primeiramente pela elevação das taxas de juros de longo prazo nos EUA, que, por sua vez, pode estar ‘sugando’ a liquidez de países emergentes. Desde a última reunião do Copom, o rendimento curva de juros americana de 10 anos saiu de 4,35% para a casa de 4,90%, chegando a 5,0% em alguns momentos, maior nível desde 2007. Se a taxa de juros americana continuar alta por muito tempo, a Selic pode não ter espaço para cair abaixo de 10% em um curto espaço de tempo. Outra situação no ambiente externo que deve ser destacada é o conflito geopolítico em Israel, que pode trazer volatilidade ao preço do barril de petróleo, além da aversão ao risco”.
Com relação ao fiscal, o colegiado deve pontuar novamente a incerteza sobre o atingimento das metas fiscais pelo governo.
“Atualmente, fica cada vez mais distante o cenário de déficit fiscal zero para 2024, que seria a meta do novo arcabouço fiscal. Se as economias desenvolvidas continuarem com juros altos no longo prazo, países emergentes, como o Brasil, serão muito mais pressionados a entregar responsabilidade fiscal para atrair fluxo de capitais”, explica Oliveira.
Se o ambiente externo traz um risco para a queda acentuada da Selic, internamente alguns dados já mostram o oposto. A atividade econômica brasileira vem mostrando fraqueza, o índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) recuou 0,77% em agosto, ante alta de 0,42% em julho. Já o índice de volume de serviços, medido pelo IBGE, recuou 0,9% no mesmo período, contrariando as projeções de alta em 0,4%. Ambos os dados devem mostrar ao Copom que a resiliência da economia com a alta de juros pode ter acabado.
Sobre o IPCA, Oliveira explica que deve fechar o ano dentro do teto da meta do Banco Central, que é de 4,75%.
“Apesar do índice ter acelerado em setembro, o resultado foi melhor que o esperado, 0,26% ante 0,33%. Culminando esse fato com a queda da atividade, principalmente no setor de serviços, onde a inflação se mostra mais resiliente, devemos ter uma surpresa positiva no fechamento do ano. Neste caso, na última reunião do ano, o BC deve reduzir a Selic em 0,50 p.p. novamente. Já para o final de 2024, projetamos a taxa Selic em 10% ao ano”.
Em relação ao câmbio, o dólar deve terminar o ano de 2023 em torno de R$ 5,10, sobretudo, pela pressão contínua das taxas de juros americanas, que devem direcionar a liquidez para os EUA e penalizar o câmbio nos países emergentes.
Para os investidores, Oliveira diz que a renda fixa ainda é a melhor opção, porém recomenda-se os papéis pós-fixados neste cenário de incerteza quanto à taxa Selic terminal, valendo tanto para ativos de curto prazo quanto para de longo prazo.
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