Há mais de dois meses houve proibição do lançamento pelo Whatsapp da função de pagamento do aplicativo. O Banco Central suspendeu o serviço e no início de agosto, a entidade monetária divulgou uma nota liberando os testes, desde que não fossem executadas operações reais com usuários. Ainda não há data para liberação do serviço, mas o tema segue na pauta.
O diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do Banco Central, João Manoel de Mello, afirmou nesta quinta-feira que a decisão cautelar tomada pela autarquia em relação à entrada do Whatsapp em pagamentos no país, contemplou preocupações sobre a atuação de big techs na área e os desafios regulatórios que são impostos com isso.
Mello disse que a então decisão da autarquia não foi para proteger banco grande, “muito pelo contrário”. O diretor fez a observação em live promovida pelo BTG Pactual em parceria com a PUC-RJ. Conforme a Reuters, o diretor defendeu que qualquer entrada competitiva é bem-vinda, mas que o regulador tem que garantir justamente essa condição com alguma similitude regulatória.
“Quando você fala em proteger a competição, talvez não seja a competição mês que vem, no ano que vem, mas é a competição que é nosso mandato, no longo prazo. A gente precisa pensar no que vai acontecer em cinco, dez anos, acho até que vai ser mais rapidamente”, afirmou.
Após um debate sobre os riscos ao sistema financeiro com o advento de novas tecnologias e aceleração do processo de digitalização, Mello pontuou que o risco cibernético é o que lhe “tira o sono”, frisando que essa é sim uma preocupação do BC e que segue no radar da autoridade monetária.
Em 2 de setembro, o Banco Central declarou que deve aprovar o WhatsApp Pay, serviço que permitirá a realização de pagamentos por meio da rede social de mensagens, que pertence ao Facebook. Ouvido pela Bloomberg, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, disse que a autoridade monetária considerou a proposta do Facebook “grande demais para ser acelerada”.