O mercado financeiro melhora as expectativas de queda da inflação e alta do Produto Interno Bruto para a economia do país. Projeta também dólar mais barato ao final de 2025. Os dados constam do Boletim Focus, divulgado hoje pelo Banco Central.
Pela quarta semana consecutiva, o mercado demonstra otimismo crescente com relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país. A expectativa é de que a inflação feche 2025 em 5,24%.
Há uma semana, a expectativa era de que o IPCA do ano ficaria em 5,25%; e há quatro semanas projetava inflação de 5,5% em 2025. Com relação aos anos subsequentes, as expectativas de inflação estão estáveis há várias semanas, em 4,5% em 2026; e em 4% em 2027.
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros – a Selic, definida em 15% – percentual que, até a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) estava em 14,75%, mas que foi aumentado diante de “incertezas em relação à economia”.
Para os anos seguintes, as expectativas do mercado são de que a taxa básica de juros seja de 12,5% em 2026; e de 10,5% em 2027.
O mercado projeta que o PIB fechará 2025 com uma alta de 2,21%. Há quatro semanas, o crescimento projetado estava em 2,14%; e há uma semana estava em 2,2%.
Para 2026 e 2027, a expectativa do mercado é de que o Brasil cresça 1,85% e 2%, respectivamente
O mercado projeta ainda que o dólar custará R$ 5,72 ao final de 2025. Na semana anterior, as projeções indicavam que a moeda norte americana fecharia o ano cotada a R$ 5,77. Há quatro semanas, a expectativa é de que a cotação do dólar ao final de 2025 estaria em R$ 5,80.
Para os anos subsequentes, a projeção do mercado é de que o dólar estará cotado em R$ 5,80 ao final de 2026; e em R$ 5,75 ao final de 2027.
“O Boletim Focus desta semana reforça a leitura de que o Brasil seguirá em um ciclo de crescimento econômico abaixo do potencial, com inflação persistente e juros estruturalmente altos. A nova projeção de IPCA para 2025, ajustada para 5,24%, continua bem acima do centro da meta, que é de 3%, com margem de 1,5 ponto. Isso cria um ambiente onde o custo de capital segue elevado, exigindo ainda mais inteligência na alocação de recursos e na análise de risco. Para empresas focadas em investimentos em M&A e tecnologia, o foco deve estar nos negócios com capacidade de gerar caixa no curto prazo, com forte vantagem competitiva e que já estejam próximos do break-even. O cenário atual exige investimentos mais estratégicos, com menor apetite a risco e maior valorização de ativos resilientes”, avalia Felipe Vasconcellos, sócio da Equus Capital.
Já para Sidney Lima, estrategista da Ouro Preto Investimentos, “o Boletim Focus desta semana reforça o cenário de cautela para os ativos de risco no Brasil. A revisão do IPCA de 2025 para 5,24%, ainda 0,74 ponto percentual acima do teto da meta, mantém a percepção de inflação desancorada e prolonga a perspectiva de juros elevados. No caso do PIB, a projeção subiu de 2,20% para 2,21%, mas o crescimento segue abaixo do potencial histórico do país. Esse ambiente de inflação persistente com crescimento limitado tende a manter o investidor mais conservador, com maior demanda por ativos de crédito privado com melhor relação risco-retorno. No segmento de fundos estruturados, como os FIDCs, a tendência é de reforço nos filtros de risco, com maior seletividade em relação a setores e estruturas de garantias.”
Com informações da Agência Brasil
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