O Comitê de Política Monetária do Banco Central definiu ontem o novo patamar da taxa Selic. Ontem, o Copom reduziu a Selic em 0,5 ponto percentual. Com isso, a taxa básica de juros está em 11,75% ao ano, antes 12,25%. O especialista em investimentos, Renan Diego, explica que a redução já era prevista pelo mercado, que apostava em um corte de 0,5 ponto percentual, nos moldes da reunião anterior.
“Conforme expectativa do mercado a taxa básica de juros reduziu mais uma vez e provavelmente terá mais redução para 2024, tendo em vista estarmos com uma taxa de inflação baixa e em alguns meses até uma deflação, não faz sentido continuarmos a taxa Selic nos patamares que estava acima dos 12% ao ano”, ressalta Renan, à frente da escola digital Produtividade Financeira, por onde já educou mais de 6 mil brasileiros sobre finanças pessoais e investimentos.
Esse é o quarto corte seguido da taxa, que começou a recuar na reunião que aconteceu no início de agosto. Na ocasião, o Comitê de Política Monetária reduziu a Selic de 13,75% para 13,25%. O corte havia sido o primeiro em três anos. Antes, a última queda havia sido registrada em agosto de 2020.
Para a analista da Money Wise Research, Cleide Rodrigues, como a bolsa de valores tem uma relação inversa com a taxa de juros, esse é um excelente momento para se posicionar em bolsa porque a tendência dos ativos é de valorização.
“Alguns setores são bastante sensíveis à taxa de juros e, com a continuidade da queda da Selic, podem se beneficiar, especialmente o varejo e a construção civil. Contudo, é importante ressaltar que não se trata de investir em qualquer empresa desses setores, mas sim em empresas com fundamentos sólidos”, pontua.
Já para Renan Diego é um bom momento para investir em ativos de renda fixa prefixados e ativos renda variável, como Fundos Imobiliários e Ações, porém com cautela e aos poucos: “Não adianta querer tirar o dinheiro todo da renda fixa agora para ir para a bolsa de valores, faça isso aos poucos, busque mais conhecimento e jamais tire a sua reserva de segurança da renda fixa, independente de quanto esteja a taxa Selic, pois segurança não se negocia.” explica o expert e educador.
Segundo Ivan Eugênio, analista da Money Wise Research, o que estamos presenciando nesse momento são títulos pagando cada vez menos. Tanto CDBs, quanto LCI, LCA, especialmente no que tange aos pré-fixados e aos títulos híbridos. Aqueles em que parte do prêmio está pós-fixada e outra parte pré-fixada, como por exemplo os IPCA’s .Mas, ainda que pague menos, o investidor tem que considerar ter uma posição em renda fixa para que ele tenha um portfólio mais equilibrado, pensando no retorno de toda a sua carteira de investimento.
“Tem que conhecer bem o seu perfil e o seu objetivo. Renda fixa continua sendo excelente para objetivos de Curto e médio. Agora, o investidor tem que ter também um cuidado, pois os títulos que pagam mais normalmente são aqueles emissores que não têm uma boa qualidade de crédito. Ainda que haja proteção aqui do FGC, do fundo garantidor de crédito, o investidor tem que ter muito cuidado em se expor a emissores de baixa qualidade”, finaliza.
Já a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP) salienta que o descontrole fiscal pode prejudicar os cortes futuros na Selic. Isso acontece porque, apesar de mantida a meta de déficit primário zero em 2024, o mercado não acredita mais na capacidade de o governo cumpri-la – e caso o faça, será possível apenas com o aumento de tributos. A previsão é que, em 2023, o governo gaste aproximadamente R$ 200 bilhões a mais do que em 2022, gerando um déficit entre R$ 150 bilhões e R$ 200 bilhões, contra um superávit de R$ 43 bilhões em 2022. Esse contexto, para a entidade, limita tanto a magnitude como o número de reduções na Selic no ano que vem. É bem possível, assim, que, sem mudança na dinâmica fiscal, o ciclo de cortes se encerre.
“A decisão, porém, se baseia em uma conjuntura positiva. O IPCA acumulado está muito próximo da banda superior da meta, e o número de novembro ficou abaixo das expectativas, com alta de apenas 0,28% (em novembro do ano passado, era de 0,41%). Ainda que os preços de alimentos e bebidas tenham subido no mês, os de peças de vestuário e artigos do lar caíram e compensaram o valor. Além disso, o cenário externo é favorável: pós muita tensão frente à elevação constante da inflação norte-americana até o meio do ano, houve sucessivas quedas dos índices desde então, mesmo com os juros básicos da economia dos EUA não passando da casa dos 5,25%. Hoje, a maioria dos indicadores do país estão entre 3% e 3,5%. O Fed afirma que não fará esforços para trazer a inflação para a meta no curto prazo, ou seja, não há expectativa de elevação dos juros daquele país, o que poderia pressionar o nosso câmbio e impactar a inflação brasileira”, diz a entidade.
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