
A promessa de Donald Trump de um estímulo fiscal de US$ 1 trilhão e uma forte redução de impostos fez com que os mercados se animassem. Somente o anúncio feito pelo presidente eleito dos Estados Unidos já fez com que uma enorme massa de dinheiro volátil passasse do mercado de dívida para a Bolsa.
Porém, o Banco Central Europeu (BCE) avisa que tudo isso pode ser efêmero e até perigoso: “A economia mundial novamente se depara com um período de incerteza anormal”, afirmou em Frankfurt, onde fica a sede do BCE, o vice-presidente da instituição Vítor Constancio, conforme divulgou o site do jornal espanhol El Pais.
“Os efeitos negativos do aumento da incerteza podem vir posteriormente. Deveríamos ser precavidos ao tirar conclusões precipitadas sobre os movimentos nos mercados. Pode haver crescimento, mas no contexto da política (trumpista) de ‘a América em primeiro lugar’. O crescimento do protecionismo pode reduzir sensivelmente esse efeito”, advertiu Constancio.
Para o executivo, “a Europa precisa de políticas macroeconômicas mais expansionistas”. O problema, segundo ele, é que o BCE está absolutamente sozinho nisso. Berlim não quer nem ouvir falar de estímulos. Em Bruxelas, a Comissão Europeia se mostra cômoda com uma política fiscal neutra para 2017 e 2018, apesar de tanto o G-20 como o FMI e o BCE exigirem outra coisa. “Sem mais crescimento, a Europa terá dificuldades”, alertou Constancio.













