Bens de consumo tiveram queda: duas leituras negativas em três meses

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A produção industrial apresentou crescimento de 0,5% em fevereiro na comparação com janeiro, desempenho acima da mediana das projeções Bloomberg (-0,5%). No geral o indicador teve boa composição.

A variação foi positiva para bens de capital e bens intermediários, o primeiro pelo segundo mês consecutivo e o segundo pelo terceiro mês consecutivo. Já a parte de bens de consumo registrou queda, marcando duas leituras negativas em três meses.

Destaca-se, como em todos os comentários anteriores, que o dado pouco diz sobre a conjuntura econômica atual, visto que ainda é referente a fevereiro e não contempla o severo impacto de retração da atividade vivenciado a partir de março. Nota-se, no entanto, que entramos no período mais complicado para a economia em um patamar minimamente melhor do que o antecipado.

 

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EUA: ISM Manufacturing (março)

My take  – ISM Manufacturing veio acima do esperado pelo mercado em 49.1 (esperado: 44,5; anterior: 50,1). O headline contrasta fortemente com a composição interna do índice.

Ressalta-se nas evidencias anedóticas do comunicado que todas as indústrias já mostraram algum tipo de efeito negativo consequente do Covid-19 ou do choque do petróleo. Ainda assim, os dados não refletem os últimos desenvolvimentos, que tendem a acentuar a percepção negativa de cenário.

 

Comentários – ISM Manufacturing veio acima do esperado pelo mercado em 49.1 (esperado: 44,5; anterior: 50,1). O headline contrasta fortemente com a composição interna do índice.

Nota-se especificamente que o número é sustentado pelo avanço na parte de supplier deliveries, que avançou de 57,3 para 65. Este item representa aumento na demora de entrega de fornecedores, refletindo (conforme o comunicado e o observado em outros PMIs ao redor do mundo) problemas nas cadeias logísticas de suprimentos.

Destaque especial merece a parte de new orders, que caiu ao menor patamar desde 2009. O mesmo ocorre com a parte de employment, que apresenta médias móveis curtas e longas (três, seis e 12 meses) em território negativo, sugerindo forte desaceleração do mercado de trabalho à frente.

De modo geral, todos os componentes do índice tiveram desenvolvimento consistente com a expectativa de forte retração da economia já ao final do primeiro trimestre, o que reforça o cenário recessivo para os EUA na medida em que o segundo trimestre será ainda mais complexo que o primeiro.

Ressalta-se nas evidencias anedóticas do comunicado que todas as indústrias já mostraram algum tipo de efeito negativo consequente do Covid-19 ou do choque do petróleo. Ainda assim, os dados não refletem os últimos desenvolvimentos, que tendem a acentuar a percepção negativa de cenário.

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Felipe Sichel

Estrategista-chefe do Banco Digital Modalmais

Fonte: www.modalmais.com.br

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