Para complicar ainda mais a situação do IRB, depois da revelação do conteúdo das duas cartas da gestora Squadra questionando as práticas contábeis realizadas pela resseguradora, a Berkshire Hathaway, de Warren Buffet, emitiu comunicado negando possuir qualquer participação acionária no IRB Brasil e que não é, nunca foi acionista e nem tem intenção de comprar ações da companhia brasileira. Devido a isso, a cotação da resseguradora registrou baixa superior a 40% no pregão da quarta-feira, chegando na mínima a apontar queda de 41,75%, e se situar em R$ 16,31, representando uma perda de R$ 10,9 bilhões de valor de mercado. Perto do fechamento a baixa foi reduzida para 32,69% e os preços voltaram para a faixa de R$ 18,77. Assim, a diminuição no valor de mercado passou para R$ 8,8 bilhões.
Depois da nota publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, de que a companhia de Buffett tinha triplicado sua posição na resseguradora, apresentando inclusive um relatório que inclusive chegou a ser colocado sob suspeitas aqui nesta coluna, por causa da exagerada alta de 9%, o IRB enviou um comunicado afirmando que a empresa de Buffett não era acionista detentor de mais de 5%, percentual necessário, pela lei, a dar publicidade em qual alteração. Ora, agora a única saída honrosa para o DRI da companhia é pedir demissão, pois omitiu nesse comunicado que o fundo norte-americano não é e nem nunca foi acionista. E qual será a posição da Comissão de Valores Mobiliários? Paulo Guedes, fique atento, pois alguém plantou essa nota e realizou bom lucro.
Para os analistas da Eleven Financial Reaserch, a questão do investimento ou não da Berkshire no IRB é irrelevante para o seu modelo de valuation. Porém, acham que a saída de Monteiro foi feita em um péssimo momento. Assim como o Monitor Mercantil, defendem que a cronologia dos fatos deve ser investigada pelos órgãos competentes, principalmente a CVM, que, após a carta da Squadra, abriu alguns processos administrativos contra o IRB. No caso de detectada alguma falha de conduta, medidas punitivas deverão ser tomadas.
Portugal vai arrestar dinheiro de Isabel
Carlos Costa, presidente do Banco de Portugal, falando na comissão de Orçamento e Finanças, afirmou que pode ser arrestado o dinheiro da venda da participação de Isabel dos Santos no EuroBic, sem significar bloqueio da transação, mas sim salvaguardar o produto da transação.